5ª Temporada

Promovendo Fear the Walking Dead: Entrevista com Colman Domingo, Rubén Blades e Ian Goldberg

Confira a segunda parte das entrevistas com o elenco e os produtores de Fear the Walking Dead durante a coletiva de imprensa da 5ª temporada na WonderCon.

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A convite da AMC, nós tivemos a oportunidade de reencontrar e conversar com o elenco de Fear the Walking Dead em uma coletiva de imprensa para promover a quinta temporada da série. O evento aconteceu em Anaheim, Califórnia, na WonderCon. Jornalistas do mundo inteiro se reuniram para conhecer um pouco mais sobre a história do novo ano e dos personagens de cada um dos atores que se fizeram presentes. Abaixo você confere os detalhes das entrevistas com Colman Domingo (Victor Strand), Rubén Blades (Daniel Salazar) e Ian Goldberg (showrunner).

Colman Domingo: Olá, pessoal. É bom ver vocês.

Você trouxe os drinks? Risos. Temos o homem da música e o homem da bebida. Rubén, é uma surpresa vê-lo aqui hoje!

Rubén Blades: Eu também me surpreendi.

Ian Goldberg: Achamos que não havia lugar melhor para fazermos este grande anúncio.

Fear the Walking Dead Brasil: É muito emocionante! Estou aqui representando o Fear the Walking Dead Brasil e acho que a maior curiosidade dos fãs brasileiros agora é a forma com que as coisas ficaram entre o Victor e o Daniel. O Daniel meio que foi baleado pelo Victor…

Rubén Blades: Meio não! Eu fui baleado! Risos.

Fear the Walking Dead Brasil: Como será o reencontro dos dois?

Colman Domingo: Estes personagens têm um histórico tão complicado. Eu acho que, mesmo no apocalipse e com eles tendo feito tantas coisas ruins, provavelmente é bom ver alguém com quem você tem um pouco de história – de uma forma bem estranha e obscura.

Rubén Blades: Estávamos conversando sobre a fala que usei quando o vejo. Primeiro, eu sei que ele está lá e isso não é muito típico do Strand, porque ele está se colocando em perigo para ir me ver. Como você disse, nós não deixamos as coisas de forma legal. Ele não me vê há um longo tempo e, de repente, ele aparece. E, sendo o Salazar, eu sei que ele me procurou e não apareceu por acidente. Então, estou pensando em todas essas coisas: “Por que ele está aqui? O que está acontecendo?”. Estou olhando à minha volta e tem outras pessoas aqui, mas, ao mesmo tempo, eu estou feliz em vê-lo. É por isso que eu digo “Você ainda fala muito, Victor” ao invés de atirar nele. Eu não atiro nele. Então, nós dois mudamos. Os dois continuam a ser o que são, mas houve uma evolução.

Ian Goldberg: E existem duas coisas gigantescas para se perguntar sobre aquela cena. Nós não podemos responder, o que é meio decepcionante, mas por que o Strand está lá? Isso vai dizer muito sobre o momento dele. E por que o Daniel está naquele lugar? A interação dos dois vai lhe dizer muito sobre o quanto mudaram e também sobre o quanto têm de resolver entre eles, tanto em termos do relacionamento quanto de coisas que eles têm que lidar internamente. Eles estão batalhando com quem eram, com quem são agora e com quem querem se tornar.

No roteiro, foi difícil descobrir como fazer isso funcionar?

Ian Goldberg: Eu não diria que foi difícil. Foi divertido. O presente que o Andrew e eu ganhamos é que entramos no show na quarta temporada, quando já tínhamos relacionamentos muito ricos criados entre os personagens. O desafio, e a parte divertida, foi só descobrir como levar isso ao próximo nível e como reapresentar o Salazar ao mundo Fear the Walking Dead. Dar uma jornada a ele – desde quando ele deixou a represa no final da terceira temporada até o lugar onde o encontramos agora – e realmente explorar uma dinâmica totalmente nova entre esses dois personagens. Foi desafiador, mas um desafio bom.

O que foi que o motivou a voltar ao script com o personagem do Salazar?

Rubén Blades: Tem uma história que está sendo desenvolvida, sobre a qual não somos consultados. Essa é a forma com que a televisão funciona… Não somente a televisão, mas qualquer tipo de esforço colaborativo. Então, eles tiveram que desenvolver outras histórias naquele período e eu não estive envolvido nisso, mas sempre esperei que pudesse voltar e participar. Eu achei que iria voltar, mas, pela forma como tudo acontece, você nunca sabe realmente o que vai acontecer. Tivemos surpresas de personagens que estavam lá e não estão mais, tudo de repente… Eu acabei de assistir o último episódio de The Walking Dead, com as cabeças nas estacas. Eu não consigo nem explicar, fiquei, tipo: “O quê?”. Pegou-me completamente de surpresa. Eu sigo os quadrinhos também e os quadrinhos são diferentes do show. O Dwight foi morto há três edições pelo próprio Rick Grimes. Mas esses são os quadrinhos e, aqui, você nunca sabe o que vai acontecer. Eu estava esperando…

Você estava empolgado sobre o que escreveram para o seu personagem?

Rubén Blades: Com certeza! E sobre descobrir as coisas, porque eles não contam para vocês e não me contam também. Tivemos um pulo no tempo, tivemos diversas coisas acontecendo com o Salazar e, de repente, estou lendo o script, o Strand aparece e eu não atiro nele? Risos. Por quê?

Você deveria! Risos.

Rubén Blades: Pelo menos naquele momento! Não sabemos o que vai acontecer, mas é complicado e engraçado, temos humor. Os dois mudaram… O Salazar tem que descobrir um motivo para viver. A esposa dele morreu, a filha também. O que estou fazendo aqui, sabe? Ele foi atingido por um raio, quase se afogou, foi queimado, baleado.

Ele passou por muita coisa!

Rubén Blades: Por que estou aqui? Aqueles três caras poderiam tê-lo matado quando ele estava vindo sem nenhuma arma, tentando encontrar o Strand. Então, por que eu estou vivo? E você consegue entender mais para frente.

Como está o Strand agora? Ele passou por um momento obscuro na última temporada, quando ficou dentro da casa e passou a beber todos os dias. Como ele está começando e evoluindo nesta temporada?

Colman Domingo: O que é engraçado é que, desde aquele momento, eu acho que o Strand estava em sua melhor versão quando estava bêbado e em uma mansão sozinho. Se vou estar no apocalipse, isso é o melhor que vai ficar! E, então, o universo bateu literalmente à porta e pediu para ele sair. Venha fazer parte desta jornada porque você está vivo e tem que fazer parte do mundo. Tem que ser parte de algo. Eu acho que é um ensinamento de vida: você não pode ficar parado, escondido e esperando tudo melhorar. Você tem que entrar no jogo. Então, quando o John Dorie o trouxe de volta para o jogo, ele voltou a tentar fazer parte da jornada da humanidade. Eu acho que essa foi uma jornada para o Victor porque, de muitas formas, ele sempre foi solitário. Ele fica bem sozinho, mas também está ok com cuidar de pessoas quando há um propósito, assim como ele fez com a família Clark e com outros. Vamos para o México e, quando não funciona, vamos para o Texas… Isso foi tirado deles. Então, eu acho que ele está se perguntando o que virá em seguida. Ele está dizendo: “Eu tive a minha jornada”. Mas o universo está dizendo que ainda há mais porque ele ainda está vivo. Temos mais coisas para cuidar, mais amor e alegria, e eu acho que ele está descobrindo isso com o novo grupo. Ele está redefinindo o que é família. Ele sempre foi um personagem pouco convencional, com a forma com que vive a vida, ama e etc. Então, acho que isso é parte da evolução para que ele encontre uma melhor versão de si mesmo.

Eu acho que o John Dorie foi a pessoa perfeita para te tirar daquilo porque ele também perdeu as esperanças antes.

Colman Domingo: Sim! O cara não estava sentindo aquilo de forma alguma! Eu achei que o roteiro foi muito inteligente: você coloca o personagem mais honesto e cínico perto do personagem mais amável e esperançoso para ver o que acontece.

O John também era solitário antes da June chegar, sabe o que quero dizer?

Colman Domingo: Com certeza.

Ela o tirou daquele buraco e, em seguida, vemos a evolução do John ao ajudar você com as coisas que você passou nesta temporada. O que você pode dizer sobre seu personagem na quinta temporada que você esteja ansioso para que os fãs vejam?

Colman Domingo: Eu estou mais empolgado para que os fãs vejam a parte do Victor Strand que a Madison sempre soube que existia. Eu acho que o Victor é constantemente desafiado a ser mais preocupado, amoroso e alegre…

Rubén Blades: Menos egoísta!

Colman Domingo: Sim, menos egoísta quando é preciso.

Talvez menos bêbado! Risos.

Colman Domingo: Talvez menos bêbado, possivelmente, você nunca sabe. Mas você consegue dizer, por tudo o que vê, como ele tem um amor pela vida. Ele tem um amor pelas coisas boas, um respeito pela cultura e por ideias. Isso é uma coisa boa, mas ele está tentando descobrir como funciona nesse universo. Ele tinha criado o próprio mundo e estava muito confortável com isso. E, desde que o mundo acabou, ele está tentando encontrar uma nova forma. Toda vez que ele encontra algo, é destruído, ou literalmente colocado em chamas, ou cai como a represa. Aí, ele tem que evoluir de novo e continuar mudando.

Eu gostaria de ver o Strand indo ao Reino. Acho que ver você e o Ezekiel seria interessante…

Colman Domingo: Uma combinação interessante?

Eu não sei, isso esteve na minha mente desde que eu vi a quarta temporada. Mas quando o tigre ainda estava lá!

Colman Domingo: Sim!

Fear the Walking Dead Brasil: O que faz do Daniel e do Strand tão bons sobreviventes? Já temos cinco temporadas e eles ainda estão aqui. O que os faz tão bons nisso?

Colman Domingo: Eu acho que eles eram bons sobreviventes antes do apocalipse. Eu acho que eles já sobreviviam ao seu próprio apocalipse.

Rubén Blades: O que é interessante é que os dois estão procurando por alguma forma de redenção agora. Eles são sobreviventes e estão tentando tirar algum sentido do fato de estarem vivos. O Victor e o Daniel passaram por tudo o que você pode imaginar e ainda estão de pé, mas por quê? Para quê? Eles precisam de um propósito para isso. E eu acho que chegar a esse ponto, o que coincide com o que o Daniel passou mesmo quando ele esteve em outro lugar… Escolher o caminho certo é a decisão que todos estão abraçando. Eles querem ser úteis e solidários, não apenas reagir ao que acontece. É muito interessante ver todos passando por isso. O Salazar esteve sozinho por um tempo e nós não sabemos onde ele esteve desde a represa. Mas todos evoluíram e, conforme os episódios forem passando, vamos descobrir o que ele esteve fazendo. Ele continua a ser o Salazar no sentido de que está sempre atento a tudo e ao que está acontecendo, mas todos mudaram. Eu estou muito feliz por isso e por ele e o Strand voltarem a interagir. Eu não queria que as coisas ficassem como ficaram – mas isso não significa que eu não vá atirar nele! Mas foi bom ver isso e eu acho que as pessoas realmente vão gostar do que está acontecendo nessa temporada. Tem muita ação e tantas coisas acontecendo. Ele dirigiu um episódio também (apontando para Colman). Ele dirigiu na quarta temporada e novamente agora.

Como foi trazer o Austin para o grupo?

Ian Goldberg: Foi muito empolgante. O Andrew e eu somos grandes fãs de The Walking Dead e do Dwight. Quando decidimos trazê-lo, a parte mais emocionante foi o elemento de reinvenção: como o tiramos do lugar onde estava em The Walking Dead e criamos uma nova proposta para o personagem? Como ele vai interagir com os personagens de Fear the Walking Dead? Como o passado dele e o que ele está tentando fazer conflita com o que o nosso grupo está fazendo? Temos algumas viradas interessantes e inesperadas. E então, obviamente, o que vai acontecer quando ele e o Morgan se encontrarem? Eles têm uma história e veremos como isso vai se desdobrar com quem eles são agora.

TRAILER DA 5ª TEMPORADA DE FEAR THE WALKING DEAD:

Fear the Walking Dead é exibido no Brasil pelo canal AMC. Consulte sua operadora de TV.

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