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Cliff Curtis fala sobre Fear the Walking Dead e a relação de seu personagem com os Clark

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Ele é o Rick Grimes da costa oeste? É o que veremos, mas Travis Manawa, interpretado por Cliff Curtis, teve um bom começo na estreia da série derivada de The Walking Dead, Fear the Walking Dead. Entre ajudar o filho viciado de sua namorada, forjar uma relação melhor com seu filho adolescente e manter todos a salvo em uma crise de saúde que só dá pistas de que se tornará épica, Travis provou ser um homem de família devotado à sua mistura – ou como preferir, ainda se combinando – família.

O ator neozelandês Curtis, que já protagonizou as séries “Trauma”, “Missing” e “Gang Related”, falou com o Yahoo TV sobre o que o atraiu ao universo dos mortos (apesar de não ser um fã do gênero), como Travis irá se virar na primeira temporada, como Travis ganhou a confiança de seu enteado viciado, Nick, e o grande problema que virá (relativamente falando, no começo do apocalipse zumbi) para o casal Travis e Madison.

Você era fã da série original ou do gênero zumbi, antes de assinar para Fear the Walking Dead?

Cliff Curtis: O gênero, de verdade, eu acho assustador. Fui apresentado ao gênero através da série. Ambos, Kim (Dickens) e eu fomos informados pelo estúdio e criadores que não seria necessário que lêssemos os quadrinhos ou assistíssemos a série, porque quanto menos você souber sobre isto, será melhor, em tempos de ameaça é realista. Não o tratamos como um programa sobre zumbis. Lidamos como se fossem pessoas reais em situações reais. Ambos optamos por manter distância do outro programa, aparecer no trabalho e fazer isto, descobrir o mundo com os telespectadores.

O que atraiu você para a série, a interpretar Travis?

Cliff Curtis: Eu achei o roteiro um estudo muito bom sobre pessoas e personagens, eu amei a vulgaridade de algumas pessoas. Não era o tipo de série com heróis em ação; era mais sobre pessoas normais que tem um longo caminho a percorrer até estarem aptos a lidar com este tipo de devastação que está acontecendo no mundo. Eu estava realmente intrigado em ver personagens realistas neste gênero, e então tratar isto como real, como o oposto de um truque. E Travis é um cara que conserta coisas, ele é idealista, um cara otimista. Ele ama consertar as coisas; ele é muito enraizado em seu estilo de vida familiar e comunitário. Ele é realmente um cara legal, e é um grande modo para mim explorar o personagem que é essencialmente bom em um mundo que é caótico e como segurar a onda dando o melhor de si e acreditando no melhor da humanidade.

Por necessidade, com este enredo, nós provavelmente veremos uma grande evolução para ele então.

Cliff Curtis: Sim, vai ser bem extremo, e eu acho que vamos desenvolver isso da maneira mais longa que puder, e fazer com que seja o mais difícil pra ele aceitar o novo mundo que está por vir para ele e sua família. Eu realmente gostei disso e está sendo ótimo trabalhar com os criadores do programa, porque eles tem sido bem abertos a pequenas sugestões. Eu fiz e isto mudou a trajetória do personagem. Queria ter certeza de que seria crível como um professor de Literatura e que de repente começou a se transformar em um herói fodão imediatamente. Queria ter algum tempo pra este cara em termos do que ele terá que fazer para proteger sua família.

Quando encontramos Travis, Madison e os filhos deles é óbvio que eles não estão felizmente entrosados como família ainda, mas estão tentando fazer isto, particularmente Travis e seus esforços pra ajudar Nick. Eles vão conseguir continuar mesmo quando estiverem profundamente metidos no apocalipse?

Cliff Curtis: Eu acho que é muito específico, muito rico e um ambiente social natural para nós explorarmos neste mundo. É algo com o que podemos ter empatia. Todos conhecemos pessoas que vem de famílias destruídas o antídoto contemporâneo para isso é montar uma nova família. É como, “Sim, papai agora tem uma família nova, mas isso não quer dizer que você tem que ser excluído disso. Mamãe deve ser viúva, mas isso não significa que ela tem que ficar sozinha pelo resto da vida… ninguém pode substituir seu pai mas aqui está um bom homem que pode se tornar parte da sua vida.”

Eu penso que quando você está lidando com um gênero forte como o nosso, com zumbis e um apocalipse, capturar a imaginação da audiência, envolvê-los emocionalmente, o grupo de personagens tem algo acontecendo entre eles que a audiência pode ter empatia e perceber. Uma família misturada é realmente inspiradora para muitas famílias e que encontramos esta quando eles estão no meio deste processo e o apocalipse acontece bem quando estão mais vulneráveis, creio que isso acrescente mais tensão ao processo.

Isto não quer dizer que desistimos dessas coisas porque são as que mais tem significado para nós. Um tempo de crises e desastres naturais traz duas coisas coisas para famílias e sociedade: os une, porque eles precisam um do outro mais do que nunca, mas também aumenta as estacas e o nível de estresse na família. Eles se tornam separados ao mesmo tempo que estão sendo colocados juntos.

Uma das melhores cenas na estreia foi entre Travis e Nick no hospital. Nick estava bem abalado pelo que havia visto na igreja. Mas então ele se abre com Travis sobre seus medos e sobre a possibilidade de estar enlouquecendo. Eles não aparentam ser próximos ainda, mas Nick escolhe confiar em Travis. Por que?

Cliff Curtis: Bem, primeiro, eu acho realmente importante para a garotada, principalmente os adolescentes, ter adultos com quem possam conversar em suas vidas. Eles só precisam de alguém pra falar, porque conversar com seus pais pode ser algo pesado, emocionalmente carregado – especialmente com alguém como Nick, que desapontou sua mãe várias vezes. E Travis aproveita o tempo para estar lá quando não teria que estar. Nick não é seu filho e ele não precisa se dar ao trabalho, mas este é o tipo de cara que o Travis é. Nick está sem opções. Ele não tem amigos. Parte é isto, e outra parte é que Travis é este cara. Ele é realmente um bom homem que aproveita um tempo para ouvir as pessoas quando ninguém mais o faria.

Nick quer o amor de sua mãe e Travis quer o mesmo, então continua a ser uma relação imprevisível. Eu temo que não exista uma estrada fácil para Travis e Nick.

E sobre Travis e Madison? A relação deles é bem sólida e, como você disse, obviamente ele é o cara legal que vai além das expectativas. Mas há alguns grandes desafios no caminho também, entre os problemas familiares e o apocalipse iminente. Eles poderão lidar com isso?

Cliff Curtis: Bem, eu acho que não há nada mais tentador em uma nova relação do que ter uma relação passada, como a ex mulher de Travis. Lisa é uma mulher bem atraente do jeito dela, e isto não é como se elas estivessem competindo… eu acho que há mais linhas que Travis e Madison tenham uma nova relação, e como é forte como quando os encontramos, relacionamentos são coisas delicadas. Por conta dos desafios que vem, Travis e Madison tem que conhecer um ao outro e a si próprios enquanto travam o apocalipse, e é inesperado o que eles aprendem sobre isso.

Podemos fingir dizer que sabemos o que fazer quando o apocalipse acontecer, mas realmente não temos ideia. Travis e Madison começam com uma relação muito forte, mas eles ainda estão se conhecendo. O que acontece é que descobrem que estão tomando lados opostos em termos de como lidar com certas situações. De toda forma, a relação com a ex-mulher dele… o casamento deles pode ter falhado mas eles tem 13 anos juntos. Eles tem uma comunicação simples, e em crise, eles conhecem um ao outro, e sabem o que fazer. Eles não tem nem que discutir as coisas e em uma crise é algo que você realmente precisa. Você precisa saber onde a outra pessoa está, que vocês estão de acordo. Travis e Lisa concordam nas coisas, e então Travis e Madison discordam, então se monta uma dinâmica super divertida entre esta família bagunçada.

Você mencionou não querer que Travis seja o tipo de herói de ação não realista, especialmente da noite pro dia. Mas eles será chamado para a ação com frequência…

Cliff Curtis: Eu amo isto. Eu amo fazer ação. Eu acho que ação é divertido e há muito disto nessa série. Eu quero fazê-lo no ponto de vista de um professor de literatura inglesa que passou sua carreira inteira tentando convencer adolescentes a ser bons cidadãos e a acreditarem em ordem social e boa conduta, e a confiar na bondade da humanidade. Ele é devotado como professor. Eu quero que ele seja alguém que era bom em algo mas não necessariamente em ser um herói de ação.

E ele tem que evoluir. Ele não é certamente um fracote, e ele pode cuidar de si mesmo se for forçado a isso. Mas não vai ser o padrão dele. Travis é mais um idealista, então ele vai segurar seus ideais como um professor. Você sabe, “Vamos lá, garotada, não vamos colocar brigas como primeiro recurso. Nos podemos dialogar.” Enquanto Madison… ela é o tipo de garota que age primeiro e pergunta depois.

Você já terminou de gravar todos os seis episódios da primeira temporada?

Cliff Curtis: Sim, estou fazendo sessões de ADR. Por algumas semanas, eu tenho que ficar em uma pequena cabine e redublar algumas falas e acrescentar um grito aqui e ali, ou um tipo de respiração assustada, como se tivesse me escondendo atrás de coisas, olhando pela janela. É bem divertido.

Como você se sente ao final destes seis? Foi difícil deixar a história e seu personagem pra trás?

Cliff Curtis: É realmente proveitoso este programa porque eu realmente adorei o roteiro, cada episódio. Eles começam com uma fagulha relativamente pequena nos primeiros episódios, mas então, a cada três, quatro, cinco, seis episódios, ele cresce em termos de tensão e participação. Para mim, foi realmente divertido ler o roteiro e ver o nível de comprometimento dos criadores para que isto virasse verdade. Como as revoltas no segundo episódio, você as sente de verdade. Então quando você vê os infectados, de primeira não são como zumbis. Eles são como pessoas que foram infectadas com uma doença realmente ruim e eles sentem de verdade.

Mas deixa eu te dizer, quando acabamos os seis… eu não sabia quanta energia tinha investido neles. Eu estava exausto, mas tão ocupado me divertindo, como aquelas crianças no parque. Eles não querem sair do parque; eles querem apenas ficar lá e brincar, brincar e brincar, e quando é hora de ir pra casa, eles apagam no carro. Foi o que aconteceu comigo. Uma vez que terminamos, eu de repente senti o quão cansado estava, e apaguei por uma semana. Eu não conseguia levantar de manhã. Eu sou um cara matutino. Eu acordo às 3, 4, 5 da manhã, mas naquela semana, eu não conseguia sair da cama.

Você deve estar animado para voltar, então, para a segunda temporada?

Cliff Curtis: Sim. Eu estou realmente esperando por isto. Estou muito curioso sobre onde iremos na segunda temporada, porque fomos deixados no suspense.

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Fonte: Yahoo
Tradução: Jany Caetano / Staff Fear the Walking Dead Brasil

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