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Elizabeth Rodriguez fala sobre a escolha de Liza em deixar seu filho e o que está por vir em “OITNB”

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Em Orange Is The New Black ela interpreta a manipuladora Aleida Diza, que tenta vender o filho ainda não nascido de sua filha (e colega de prisão) Daya. Em Fear the Walking Dead ela interpreta a mãe devota Liza Ortiz, que tomou a decisão de última hora de deixar seu filho para trás para usar de suas habilidades médicas e ajudar amigos e vizinhos no apocalipse zumbi.

A atriz indicada ao Tony Elizabeth Rodriguez conversou com o Yahoo TV sobre a alegria de interpretar duas personagens completamente diferentes, o “abismo” que Liza entrou no episódio 04 de Fear the Walking Dead, e “algo meio que grande” que acontecerá com Aleida na vindoura quarta temporada de OITNB.

Tem sido divertido vê-la interpretar essa personagem que é completamente diferente de Aleida de Orange Is The New Black.

Elizabeth Rodriguez: Estou super empolgada em interpretar essa personagem. Acho que Liza é muito mais esperta que eu… ela realiza mais coisas que eu em um dia qualquer. Estou bem empolgada e acompanho na televisão, como todos os outros espectadores. Nós filmamos coisas fora de sequência e sempre de dois em dois. Nunca tive um sentido de começo e fim, ou de saber o quanto eu aparecia num episódio. Por isso ir acompanhando tudo me deixou surpresa. Eu ficava falando “Oh, uau”. Minhas cenas são as únicas que conseguem tirar minha atenção da série. Fora isso, eu fico totalmente fascinada, intrigada e desesperada com tudo que está acontecendo.

Como você conseguiu o papel e o que te atraiu à Liza?

Elizabeth Rodriguez: O showrunner, Dave Erickson, me ofereceu o papel depois que o piloto foi filmado. Ficou faltando uma parte no piloto… e eles decidiram que dariam conta depois, o que foi um presente para mim. Eu tinha feito o teste para o papel de Madison, mas sem achar que eu conseguiria de forma alguma. Mas fui para a audição, especificamente porque eu sou fã do Erickson e do diretor, Adam Davidson. Eu pensei, “Bem, pode sair algo com essa série no futuro, ou mesmo a própria série, porque eles vão continuar o trabalho”. Eu queria entrar naquela sala e fazer meu teste, mostrar a ele o que eu poderia adicionar ao personagem. Então, de alguma forma, meses depois, as coisas deram certo a meu favor.

O episódio 04 foi o maior para Liza até agora. Ela estava tratando as pessoas da vizinhança da melhor maneira possível. Então a Dra. Exner apareceu e começou a fazer todas aquelas perguntas a ela. Liza achou que estava correndo perigo de início?

Elizabeth Rodriguez: Absolutamente. Ela com certeza achou que estava em perigo. Acho que qualquer um de nós encontra consolo, em meio caos, ajudando da maneira que der para sentir que temos um pouco de poder. Ser capaz de ajudar os outros, um vizinho, algo do tipo. Sei que quanto a mim, sempre que estou em uma situação onde há morte ou doença, minha personalidade é agir e fazer o que quer que eu possa para aliviar o outro, em termos de oferecer cuidado e atenção. Cozinhando, organizando, coisas desse tipo. Nessa situação, Liza é uma estudante de enfermagem e encontra um sentido nela, um senso de fazer tudo o possível com o que ela aprendeu. Aí aparece essa pessoa que representa o governo e meio que a repreende. Não tenho certeza como isso vai se desenrolar, mas com certeza acho que estarei em apuros em um determinado momento.

Liza provou que é mais do que capaz até o momento. Ela tem bons instintos e conhecimento suficiente para improvisar tratamentos mesmo com poucos recursos como fez com a morfina de Hector.

Elizabeth Rodriguez: É espetacular o tanto de instintos incríveis que ela tem e o quão habilidosa ela realmente é. Mais do que ela acredita. Mas uma coisa é você fazer o que pode por conta própria… outra é ficar de frente com profissionais, ver o que está acontecendo de verdade, encarar a realidade do apocalipse, o quão grande tudo é e o quanto que já afetou as pessoas… é aí que a segurança aparece. Mas Liza com certeza não está segura.

Voltando para a conversa de Liza com Travis em “The Dog”, ele fala que ele sempre acreditou nela, mas ela parece não tão confiante em suas habilidades. Existe algo no passado deles que levou a isso?

Elizabeth Rodriguez: Acho que pela história que contamos, Liza queria ser médica quando eles eram mais jovens, e então ela engravidou. Ela então priorizou a família e colocou a medicina em segundo plano. Quando ela fala sobre seis anos – se ela tivesse mais seis anos ela se tornaria uma médica – é em relação a isso. É por isso que ela não se tornou uma médica como planejava. Acho que seja, talvez, uma declaração com um pouco de arrependimento, e também sabendo que ela nunca vai alcançar aquilo. Por isso acho que não tenha sido insegurança, embora aparecerão situações em que ela terá que colocar sua auto confiança em prova… ela terá que aprender a confiar em seus instintos. Terá que aprender coisas que ela não terá o luxo de pensar duas vezes.

Liza é também uma pessoa que age. Ela não é alguém que senta e fica discutindo as coisas. Ela vai encontrar uma maneira de fazer as coisas.

Elizabeth Rodriguez: Com certeza acho isso. Particularmente porque todos estão naquela casa, e não é a casa dela… o que ela vai fazer naquela casa, a casa da Madison? Acho que Liza consegue consolo nas atividades. Ela com certeza é uma pessoa que age, e eu a amo por isso.

Outra grande cena de Liza foi em “The Dog”, quando Madison pede a ela para matá-la se ela algum dia se transformar, porque isso destruiria Travis se ele tivesse que fazê-lo. Você acha que Liza poderia fazer isso?

Elizabeth Rodriguez: Não sei. O que eu tiro daquela cena são duas mulheres encontrando respeito mútuo. Naquela cena ela ver o que acontece com Susan e percebe que Madison não quer que aquilo aconteça com ela. Liza obviamente não quer se transformar naquilo também. Ambas conhecem Travis o suficiente para saber que ter que matar uma versão infectada de qualquer uma delas acabaria com ele, porque ele é esse homem bem otimista, sensível e de certo modo ingênuo. Mas não sei se ela conseguiria fazê-lo. Não sei se ela ao menos acredita que ela poderá na hora. Acho que ela concorda como um gesto de respeito: “Certo, não vou deixar você se transformar nisso.”

Voltando ao episódio 04: Liza entra no caminhão para a junta médica com tempo para nada além de gesticular com os lábios para Chris que ela o ama e que voltará. Como ela foi capaz de deixar seu filho para trás?

Elizabeth Rodriguez: Tem muita coisa acontecendo ali… quando li isso fiquei bem ansiosa e preocupada com a cena, porque até ali você a tem como uma mãe protetora. Você também vê vizinhos que não deixam seus filhos saírem de vista. Acho que isso teve muito a ver com o que Exner disse, veio do “Onde posso ajudar?” E também Liza está com a responsabilidade de não deixar que Nick seja levado dali. Ela achou que ele iria ter ajuda de verdade. Então acho que foi um rápido momento de puro instinto o fato dela ter entrada no caminhão.

Acho também que ela sabia que Chris estaria protegido. Seu pai está ali com ele. Madison está também ali, é um ambiente que Liza achou que estava sob controle. Ela conhece os fatores daquele ambiente. A melhor coisa que ela acha que pode fazer naquele momento é ir para o hospital e cuidar de Griselda e Nick. Ela é a única pessoa que pode fazer isso. Exner disse, “Nós precisamos de você, você pode ajudar… venha conosco”, e as coisas foram acontecendo muito rápido. Ela também tinha poucas informações. Ela acha que tudo vai ficar bem. Eles todos vão ficar bem. “Eu falarei com alguém, posso trazê-los de volta. Vai ficar tudo bem. Sou a única que pode conectar isso”, ela acredita. E então vai ser um pouco diferente.

Ok, só mais umas coisinhas sobre OITNB. O que você pode falar sobre a quarta temporada? Porque há muito suspense em relação à sua família.

Elizabeth Rodriguez: O que eu posso dizer é que algo meio que grande vai acontecer onde… acho que vocês verão mais de Aleida um pouco incerta sobre si. Acontecerão algumas mudanças para ela. Coisas boas, ruins e diferentes, está escrito então vai acontecer. Estou empolgada com o que estar por vir. Estamos gravando por volta do episódio 8 e sim, tem um pouco de suspense. Algumas coisas serão justificadas, outras não. Algumas, eu acho, lá pelo final da temporada. É engraçado porque não sei a quem perguntar. Quando que os roteiristas aparecem nos set? Sinto como se já tivesse tudo escrito, por isso nunca sei a quem perguntar. Ou isso é colocá-los naquela situação de eles decidirem se vão me dizer ou não o que vai acontecer? Eu sempre quero saber, mas aí sempre paro e penso “É, não seja esse tipo de ator.”

Ela é um daqueles personagens que relativamente ainda sabemos pouco sobre, mas que fica mais complexa e compreensiva a cada pedaço de história do passado.

Elizabeth Rodriguez: Sim, acho que isso é verdade para algumas pessoas. Aleida é bem… divisiva como um personagem. Acho que as pessoas mais maduras conseguem ver isso nela. Existem muitas coisas ali que só significam alguma coisa para qualquer pessoa através da experiência pessoal… acho que muitas pessoas, muitos jovens, pensaram “Eu odeio você, você é uma péssima mãe”. Tive que não julgá-la enquanto eu a interpretava no começo. Meu papel como atriz é trazê-la a vida sem ressentimentos, e acho que consegui isso, independente se ela seria agradável ou não.

Por sorte, nas temporadas em que ela esteve, os roteiristas com certeza trouxeram mais camadas em sua personalidade. Nós todos somos complicados como seres humanos. Eu fiquei muito, muito feliz com o episódio “Don’t Male Me Come Back There”, na terceira temporada, que mostrou mais disso com ela. Ela ainda era, voltando para a época, uma desgraçada e então eu pensei “Oh não, ela não vai fazer isso!” Ou mesmo quando ela manipulou sua filha, mas você ver que ela queria mais, mas ela não está preparada. Tudo passa a ser sobre medos e sobre não conseguir seguir em frente. Aleida é com certeza um produto de seu ambiente.

As histórias passadas: Nós espectadores vivemos por elas em Orange. Vão aparecer mais histórias de Aleida e Daya na quarta temporada?

Elizabeth Rodriguez: Ainda não filmei nenhuma. Mas quem sabe? Talvez. Vou perguntar. Mas concordo, isso é o que é espetacular nessa série. Sabe, nós todos temos que julgar; fazemos isso instintivamente. As coisas mais incríveis que essas histórias mostram são as multicamadas e as complexidades de cada uma daquelas mulheres. Nós todos as temos, aquelas partes de nós que são boas e são ruins. Às vezes nós enfrentamos algumas circunstâncias em que más decisões são tomadas. As coisas acontecem e as pessoas acabam na prisão, mas encontrar a humanidade dessas personagens, eu acho, é a coisa mais incrível que se pode tirar dessa série, além de ficar rodeada de mulheres excelentes.

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Fonte: Yahoo
Tradução: @OAvilaSouza / Staff Fear the Walking Dead Brasil

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