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Mercedes Mason fala sobre a “salada de cores” de Fear the Walking Dead

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A Entertainment Weekly conversou com a atriz Mercedes Mason, que interpreta Ofelia – filha de Daniel Salazar, interpretado por Ruben Blades -, no intervalo entre as filmagens da primeira temporada, sobre a importância de um elenco diversificado etnicamente, ser uma grande fã de The Walking Dead, e ter que se fazer de boba quando se trata de zumbis. Confira:

ENTERTAINMENT WEEKLY: Perguntei aos produtores sobre todos os personagens, mas você provavelmente tem sua própria impressão de Ofelia. Então fale sobre ela.

MERCEDES MASON: Ela é uma estrela de teatro musical! Não, estou brincando. Então, Ofelia é bem uma filha de pais imigrantes. Ela é um pouco protegida, um pouco ingênua. Ela teve muita proteção. Contudo, ela não se dá conta disso, por isso ela pensa que está protegendo seus pais imigrantes que lutam um pouco com a língua às vezes – especialmente sua mãe Griselda que não fala muito inglês. Então, ela se sente protetora. Ela precisa se certificar que pode prover uma vida boa para eles, por isso ela começou a trabalhar e está os ajudando da maneira que pode.

Conforme as coisas progridem e o apocalipse começa a se instalar, as regras se invertem. Ela passa a entender muito mais coisas sobre seu pai das quais ela não fazia ideia. Sua mãe e seu pai têm um segredo que não era compartilhado com ela, por isso ela constantemente se sente como uma forasteira, e eventualmente algo acontece que a força a tomar um rumo de 180 graus. É lutar ou morrer. Às vezes quando algo desafiador acontece, você se despedaça e morre ou toma uma atitude e se fortalece. Acho que Ofelia tem muita força nela, mas não até este momento, até o apocalipse chegar, ela não tem sido muito capaz de exercitar isso. Acho que agora ela se depara com todos os demônios do mundo e precisa tomar uma atitude. Ou desaparecer e então eu saio da série.

Este elenco é muito diverso, o que não se vê muito na televisão, mas é algo que o mundo de The Walking Dead tem a intenção de explorar.

Mercedes Mason: Cem por cento. Nossa série especificamente se passa no leste de Los Angeles, que é um lugar muito diverso. É como uma salada de cores, por falta de um termo melhor. E sim, aproveitando, não querendo fazer política, mas há coisas acontecendo como o tiroteio na igreja que vimos recentemente, e nós precisamos ter mais diversidade na TV. Precisamos de todos representados. É um pensamento pequeno ter somente um grupo restrito de pessoas representado na TV. Gosto de ver que eles expandiram e são capazes de trazer muitas culturas, muitas crenças, especialmente quando você coloca isso em um pensamento apocalíptico. Isso força as pessoas a se verem e verem as outras, criar famílias, criar laços que muitas séries não conseguem criar.

“Família” é algo que eu continuo ouvindo nesta série. É uma série sobre zumbis, claro, mas também é uma série mais sobre algumas famílias lidando com uma situação trágica com as quais podemos nos identificar de muitas maneiras.

Mercedes Mason: Para mim, os zumbis são mais um catalisador. Eles meio que representam a humanidade e nossos medos. Eles forçam tudo à tona imediatamente em oposição a uma ignição lenta. Quando você encara a morte, quando seu vizinho com quem você tomou café ontem tenta comer um pedaço do seu rosto, você se força nesse pensamento de lutar ou fugir, meio no estilo Lord of the Flies, e eu acho que é tão pertinente forçar nas pessoas essa compreensão do que é a família porque é uma mudança muito dinâmica. A tradição mãe-pai-criança não é mais o conceito de família. Há muito mais acontecendo, e eu adoro que eles nos permitam explorar isso e restabelecer o que família significa, e quebrar as normas tradicionais.

O quão familiarizada você estava com o mundo de The Walking Dead quando entrou nisso?

Mercedes Mason: Super fã. Eu pirei quando consegui. Eles fazem muito segredo, mas eu meio que saquei o fato de que eles estavam procurando por isso. Eu devo ter atormentado meus agentes. Eu liguei na casa deles chorando. [Risos] Eu com certeza forcei a barra por isso, e a AMC é uma emissora maravilhosa para se trabalhar. Somos sortudos. Eu era muito fã de The Walking Dead, e eu meio que tinha todas as mesmas perguntas que sei que todos os outros fãs têm: O que aconteceu com Rick Grimes antes de acordar no hospital? Como era o mundo? E estamos explorando isso agora. É perfeito.

É engraçado porque seu personagem não sabe o que você sabe, como fã de The Walking Dead, sobre zumbis, por isso, você precisa se fazer de boba um pouco.

Mercedes Mason: Eu sei! É fascinante porque alguns dos atores, por escolha própria, não quiseram ver a outra série. Acontece que eu sou fã acima de tudo. A fã em mim sabe muito mais do que a atriz Mercedes e muito mais do que Ofelia. Com Ofelia, eu quase tenho que usar duas partes diferentes do meu cérebro. Ou me fazer de idiota. Especialmente porque nenhum dos nossos personagens sequer sabe o que está acontecendo. Achamos que é só uma revolta civil. Não fazemos ideia do que estamos para enfrentar. Por isso é um estudo fascinante, acima de tudo.

É meio complicado. Você precisa tomar cuidado porque dá vontade de mostrar isso, mas você não quer que o personagem seja bobo demais.

Mercedes Mason: É bem difícil. Mas eu posso dizer, isso vem lá da pressão do quanto as pessoas vão gostar da série. Pessoalmente, se fôssemos chegar e tomar a outra série e tirá-los do ar, acho que haveria uma revolta civil. Mas o fato de estarmos rodando em paralelo – e enquanto você não está assistindo uma você está vendo a outra – é perfeito. Você tem The Walking Dead o ano todo, em vez dessas grandes pausas. Eu vou usar todas as palavras caras que tenho, aliás. “Pletora!”

Foi legal quando você começou a ver os figurantes zumbis meio que andando pelos bastidores?

Mercedes Mason: Meu cachorro ficou louco nessa manhã. Eu o levei só pra sair um pouco e nós ficamos sentados ao sol quando podemos e eu estava mexendo nas minhas coisas ou lendo um livro ou algo assim. Estávamos andando de volta e havia um cara com um capuz, tipo algo saído de Halloween, e seu rosto obviamente muito assustador. Eu não estava prestando atenção. Eu olhei para a frente no último segundo, ele estava parado ali, e por uma reação humana normal, pois não tenho visto muitos deles, eu dei um grito e meu cachorro endoidou – tipo, supondo que o cara estava ali para matar sua mãe, e foi atrás dele. O cara ficou tipo “Aah! Aah!”. Tem sido muito bom.

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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: @Felipe Tolentino / Staff Fear the Walking Dead Brasil

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