Frank Dillane fala sobre interpretar o viciado e vulnerável Nick

Ele foi o primeiro personagem na estreia da série Fear the Walking Dead a encontrar um zumbi, mas por que alguém acreditaria em um viciado que acabou de ser atropelado por um carro enquanto estava parado no meio da rua? Bem, ninguém acreditou. Mas logo todos descobriram algumas coisas. Nick foi nosso primeiro ponto de entrada para esse mundo que está indo rumo ao caos, e o homem que o interpreta, Frank Dillane, deu uma performance impressionante, mostrando tanto seu lado “safo” das ruas quanto seu lado vulnerável na mesma proporção.

A Entertainment Weekly conversou com Dillane sobre seu intrigante retrato de um viciado que está encarando novos demônios.

Eu fiquei impressionado na estreia pela natureza infantil do seu personagem e como você o interpretou. Eu não esperava nada daquilo quando ouvi que você iria interpretar um viciado. Eu achei que ele seria um cara mais durão.

Frank Dillane: Bem, sim. Eu acho que foi um desenvolvimento lento. Eu ainda não tenho certeza se Nick está dizendo a verdade ou não. O que eu achei interessante é aquele momento quando uma criança se perde ou decide fugir ou assume as rédeas da coisa. No caso de Nick, seu pai morreu. Então eu tentei congelar a partir dali esse menino de 12 anos cujo pai morreu, levantar a coberta e ver o que tem ali. Ele realmente parece ser bem infantil.

E as drogas parecem amplificar isso.

Frank Dillane: O interessante sobre a heroína é que parece que essas pessoas… Eu tenho alguns amigos que são viciados em heroína ou já foram viciados, e o que é frustrante é que eles perderam os anos durante os quais foram viciados. Eu tive um amigo que foi viciado por 15, 20 anos, e ele está um pouco mais velho agora, mas se você conhece-lo e conversar com ele, é como conversar com um garoto de 16 anos. Todos esses anos de amadurecimento, ele meio que perdeu. Então ele é essa mistura estranha de velho e novo ao mesmo tempo, porque a heroína também mantém suas células morrendo e renascendo de acordo com a dose, eu acho isso bem interessante. Um viciado em heroína parece ser jovem e velho ao mesmo tempo.

Como você diria que os problemas em que Nick se enfiou impactaram seu relacionamento com a família?

Frank Dillane: É um relacionamento difícil com a mãe. Acho que ele é cauteloso com cuidar, com ser cuidado por alguém. Eu imagino que esse seria o momento quando, quero dizer, ele tem uns 19 agora? Então ele está em uma idade em que não precisa da mãe, mas a mãe é necessária em momentos anteriores, e então quando um garoto chega aos 16, 17 anos, ele é mandado embora. Se você é um viking, você dorme junto ao fogo até os 17, e então com 17 eles te mandam embora para violentar e saquear e conquistar. Então, eu acho que Nick chega ao apocalipse em um estágio onde ele não precisa de uma mãe ou uma mulher, considerando que ele poderia ter terminado com ela mais cedo, provavelmente.

Eu achei interessante como o episódio começa com Nick sendo a pessoa que descobre isso e tentando levar a sério, mas por causa de seus problemas com as drogas e o trauma de ter sido atropelado por um carro, todos questionam a realidade do que ele vê. Eu achei que foi uma introdução eficaz para a série.

Frank Dillane: Sim, eu posso imaginar que isso vindo do ponto de vista de outra pessoa é bem irrealista para absorver, ver um garoto com a cabeça bagunçada dizendo essas coisas.

É uma fonte meio duvidosa.

Frank Dillane: Sim, uma fonte duvidosa.

Fale sobre o sotaque. Você já trabalhou com o dialeto norte americano antes, e como você criou a voz de Nick?

Frank Dillane: O sotaque foi o meu maior medo, então eu passei bastante tempo trabalhando com treinadores de sotaque tentando pegar o jeito americano. Acho que é muito importante e muito fácil de desvirtuar. Eu não vi o piloto ainda, então não tenho certeza se fiz um bom trabalho ou não, mas o sotaque é certamente meu maior medo.

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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: @Ivyleca / Staff Fear the Walking Dead Brasil