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REVIEW FEAR THE WALKING DEAD S02E01 – Monster: O mesmo mundo em épocas distintas

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ATENÇÃO: Este review contém spoilers do primeiro episódio da segunda temporada de Fear the Walking Dead, S02E01 – “Monster” (Monstro). Leia por sua conta e risco. Você foi avisado.

Finalmente, após longos meses, estamos de volta. Sem delongas, se necessita ir direto ao ponto antes de abrir-se o espaço real da review: Fear the Walking Dead não é The Walking Dead e Travis Manawa não é Rick Grimes. Aqui se poderia encerrar a indireta aos fãs fervorosos, mas, é necessário se explicitar de maneira mais aberta.

Com a volta da série original que é um spin-off do mundo dos quadrinhos de Robert Kirkman, houve novamente duras críticas a forma serena com que a série toma rumo. Não seria necessário que a discussão voltasse à tona, mas antes mesmo do lançamento da primeira temporada, de Robert Kirkman aos atores, todos os que estão envolvidos na série deixaram bem claro que, quem assiste Fear deve apreciar o drama com um olhar diferente com o que aprecia The Walking Dead. São duas séries distintas em épocas distintas. O mundo é o mesmo, o evento é o mesmo, mas a trama de Fear se desenrola num período não mostrado em The Walking Dead, nos primeiros dias do apocalipse, onde as pessoas não faziam mínima ideia do que estava acontecendo e como lidar com a situação que começa a se desenrolar.

Não, antes que haja pessoas ofendidas, não há uma obrigatoriedade de todos ovacionarem a série. Entretanto, pessoas que continuam a dissipar discussões com os argumentos “A série é muito lenta, não parece com The Walking Dead”; “Esses personagens são muito burros, não sabem fazer nada”, devem por fim entender que sim, estão assistindo a série errada. Não espere de Fear o que The Walking Dead oferece.

Visto isso e o ponto final devidamente adicionado, inicia-se a review. A série retorna em seu segundo ano praticamente no momento em que a primeira temporada teve seu fim. Após a morte/suicídio/assassinato de Liza, os sobreviventes se inclinam a fugir de Los Angeles a bordo do iate Abigail. A cena de introdução com Madison (Kim Dickens), Travis (Cliff Curtis), Chris (Lorenzo James Henrie), Nick (Frank Dillane) e o corpo de Liza (Elizabeth Rodriguez) observando do bote a destruição de Los Angeles foi composta de grande carga emocional. Ver Los Angeles ser tomada por bombas e sucumbindo às labaredas de fogo foi simplesmente magnifico.

Já navegando a bordo de Abigail, os tripulantes encontram sobreviventes à deriva. Alicia (Alycia Debnam-Carey) e Madison se comovem e estão decididas a resgatar àquelas pessoas. Entretanto, Victor Strand (Colman Domingo) relembra a todos que eles estão sobre o iate dele e que ele já foi misericordioso demais ao ajuda-los. Contrariado de inicio, Travis compreende o que Strand fala e é questionado por Madison. Ele tenta a convencer que a maior preocupação deles agora deve ser a sobrevivência e que, adicionar ao iate mais pessoas seria utopia e acabaria por causar grandes problemas, principalmente por conta de mantimentos. A relação entre os dois parece estar num ponto de colisão. Madison parece querer ser a heroína do mundo, enquanto Travis pende a ser o herói de si mesmo.

Travis atribui à Alicia a função de tentar se comunicar via rádio com outros navios – para quem é fã das HQ’s de The Walking Dead e acompanhou as últimas edições, sabe que Eugene está ligeiramente atrasado comparado com Alicia e seu rádio. Ela se dedica completamente ao serviço e, acaba por encontrar o que buscava. Com receio no inicio, aos poucos Alicia vai se entregando a voz desconhecida vinda do rádio. Os dois parecem desenvolver uma rápida relação e começam a trocar informações sobre suas vidas. Num ponto da conversa, Alicia acaba revelando demais e isso faz com que os piratas – sim, Fear nos trará piratas – (novamente adiantando com a HQ, onde Michonne se tornou uma eximia capitã faz pouco tempo) acabem indo em busca de Abigail.

Enquanto Alicia jogava com a segurança de todos, Abigail passa por outra embarcação que parece ter sido atacada, visto as marcas de tiros. Nesse momento que temos uma novidade que até então o mundo de Kirkman não nos apresentou: zumbis aquáticos. Nick (que resolveu nadar com Chris) insiste estar ouvindo pedido de ajuda vindo da embarcação em naufrágio, e, imaturamente, resolve se aproximar do local. Acaba quase partindo para um abraço com um infectado nas águas.

O episódio termina com o que parece ser uma Madison convencida de que ajudar pessoas é um plano arriscado. Que os valores de outrora devem ser descartados quando a regra é sobrevivência de quem se ama.

Além disso, houve cenas ricas que demonstram futuros desenvolvimento de relacionamento entre personagens. Há uma cena muito bem explorada entre Chris e Daniel (Rubén Blades) que estão pescando juntos e acabam tentando se consolarem pelas mortes de Liza e de Griselda (Patrícia Reyes Spíndola). Chris passa o episódio inteiro demonstrando que a morte de Liza não foi facilmente superada e que seu lado rebelde veio à tona. Ainda, Madison se compadece do garoto e também tem uma cena que indica uma possível melhor convivência entre os dois no futuro. Ofélia (Mercedes Mason) que ainda está sofrendo as consequências do tiro que levou no final da primeira temporada, cruza com Nick e os dois trocam olhares e palavras amistosas.

O episódio de estreia demonstra que a segunda temporada de Fear the Walking Dead virá carregada de novidades e confrontos e problemas grandiosos para os personagens. Veremos conflitos internos e externos, já que, parte-se do pressuposto que há pessoas que não possuem nenhuma empatia uns com os outros dentro de Abigail. Provavelmente isso será geratriz de grandes discussões.

A série demonstra estar cumprindo o objetivo de drama familiar, que vem sendo demonstrado desde o primeiro episódio da temporada inicial. O relacionamento em colisão entre Madison e Travis [Nota do redator: tenho pouca empatia pelo casal central da série, ao final das contas eles parecem os menos prontos para a sobrevivência] parece que tomará novo rumo nos próximos episódios e as diferenças de pensamentos e formas de ver a proteção aos filhos pode gerar divisão entre a família Manawa e Clark. Daniel e Ofélia ainda têm assuntos para resolverem desde a primeira temporada, não se viu muito dos dois juntos nessa estreia, mas há algumas explicações que Daniel terá de dar para a filha. Strand é, com certeza, o personagem que gerará mais controvérsia. Ele é extremamente controlador e ditador. As coisas devem ser feitas do seu modo ou não são feitas. Com toda certeza o seu modo egocêntrico poderá causar grande ruína na tripulação de Abigail. A ameaça que devastou a embarcação onde Chris e Nick estavam nadando, provavelmente será um forte “vilão” nos próximos episódios. Basta que os fãs discutam como os sobreviventes centrais farão pra se manterem vivos, visto que diferentemente de Rick e seu grupo, eles não possuem nenhum tipo de armamento para defesa. O instinto de sobrevivência terá de falar mais alto. Quem será o primeiro a sucumbir as novas ameaças?

O que você achou do primeiro episódio da segunda temporada de Fear the Walking Dead? Quais são suas expectativas para os próximos episódios? Compartilhe todos os seus pensamentos nos comentários abaixo!

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