2ª Temporada

Fear the Walking Dead S02E08: Dave Erickson fala sobre trazer de volta a primeira zumbi da série

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do oitavo episódio, S02E08 – “Grotesque”, da segunda temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Fear the Walking Dead retornou com um episódio de estreia focado em Nick, mostrando o ex-viciado que se agarrou a vida enquanto perambulava pela paisagem implacável do México. Quando o episódio acabou, ele se encontrava em uma comunidade que aparentava ser boa demais para ser verdade. Então é isso?

Entertainment Weekly conversou com o showrunner de Fear, Dave Erickson, sobre a jornada de Nick, seu destino, e sobre aqueles flashbacks que nos deu não só mais informação sobre o passado de Nick, como também da primeira zumbi da série, Gloria, e como ela se transformou.

ENTERTAINMENT WEEKLY: Acho que essa foi a primeira vez que você mergulhou profundamente em um personagem. O que fez você querer fazer um episódio inteiro sobre Nick, e ainda sendo o episódio de estreia?

DAVE ERICKSON: Algumas coisas me influenciaram. Fomos muito agressivos na narrativa da primeira metade da temporada, e até mesmo na primeira temporada em termos de quantidade de história que tentamos contar. E tomamos uma decisão consciente de não diminuir o ritmo na volta da temporada necessariamente, mas pelo menos dividir a família e deixar as pessoas seguirem direções diferentes, isso nos permite investir um pouco mais em questões específicas a cada episódio.

Também acho que, baseado nos passos de Nick no fim da metade da temporada, senti que era importante gastar algum tempo com ele e meio que rastrear sua emoção após tomar aquela grande decisão.

Você trouxe de volta a primeira zumbi da série, Gloria (interpretada por Lexi Johnson). Como foi trazê-la de volta e nos levar por meio dos flashbacks direto para o primeiro momento onde a série começou?

Dave Erickson: Foi divertido. Lexi fez um ótimo trabalho no episódio, e há duas coisas acontecendo com Nick. Uma é que ele obviamente sente que está em uma jornada espiritual, e Madison olharia para isso de um jeito diferente. Madison enxergaria isso como se fosse uma nova manifestação do vício de Nick. Mas há duas coisas que queríamos explorar nessa jornada, porque iremos fazer paralelos ao longo da temporada com a história de Gloria e a ausência de seu pai.

Mas os flashbacks foram realmente sobre mergulhar na perda de Gloria no sentido de responsabilidade e culpa. Ele sente muito por isso. E também a ideia da ausência de seu pai. Então o vemos no momento quando ele descobre que seu pai morreu, e também descobrimos que há certa desconexão entre ele e seu pai, mesmo antes dele morrer. Nick diz “Estou tentando encontrar um lugar onde os mortos não são monstros”, mas eu também acho que ele está procurando algo para preencher esses vazios e encontrar algo semelhante a uma figura paterna, e algum tipo de conexão nesse mundo que ele sente ser mais natural para ele.

A jornada em si é desafiadora, e como ele mesmo disse a Madison, ele não pode morrer – é como se o episódio afirmasse isso, porque se ele não morreu nessa viagem passando por tudo que passou, então parece que ele é a prova de balas nesse ponto. Acho que esse é um ótimo fim para a história do episódio, mas também o coloca numa situação potencialmente perigosa.

Vemos esse momento em outro flashback onde Madison diz a Nick que seu pai morreu bem no momento onde ele está tentando arrumar sua vida novamente. O quanto isso o põe de volta para baixo?

Dave Erickson: A morte de seu pai não fez de Nick um viciado. Isso foi algo que o afetou, mas não acho que ele estava injetando heroína naquele momento. Acho que ele estava bebendo, fumando, e não necessariamente injetando, e acho que essa perda meio que o empurrou do abismo. Será que ele teria se ajeitado se seu pai continuasse vivo? Talvez, mas acho que isso é um ponto importante para ele.

E novamente, isso é maior que somente a morte de seu pai, é o fato de que seu pai saiu de perto dele, e acho que em alguns aspectos isso é bem mais difícil para um adolescente impressionante. A morte pode ser entendida. Na perspectiva de Nick, foi um acidente que seu pai não resistiu. Acho que o maior desafio é o fato que ele não sentiu que conhecia seu pai antes dele ir, e isso é algo que ele vem enfrentando desde sempre, que é o que ele articula quando conversa com Gloria na primeira cena da reabilitação.

Vamos voltar aos dias atuais na série. Temos Nick na beira da morte no meio do deserto, o que é interessante porque eu pensaria que desidratação e fome seria um jeito que muitas pessoas morreriam lá, mas não vimos muito disso em nenhuma das séries de The Walking Dead.

Dave Erickson: É interessante porque quando ele sai para sua jornada, há mais um senso de aventura nele. Ele realmente parece abraçar a ideia de estar sozinho nesse lugar, mas é um caminho longo. Digo, o abrigo de Celia era em Valle de Guadalupe, o que dão duas boas horas de carro até Tijuana. Então parece que ele não pensou direito nisso para ir a pé e passar por esse território que não é receptivo.

Mas a água se torna um fator muito importante no trajeto da continuação da temporada, e pode ser um fator até maior na terceira temporada. Estamos na quarta semana na sala dos roteiristas para a próxima temporada, e a ideia de recursos e de falta disso será bem crucial.

Mas na verdade, para nós foi uma oportunidade de ver que Nick realmente desafia o universo de um jeito estranho. Ele desafia o apocalipse, e eu acho que em sua perspectiva, se ele pôde sobreviver a sua jornada, então ele pode sobreviver a tudo. E é aí onde sua cabeça está quando ele finalmente chega na Colônia e conhece Alejandro. E o desafio para nós nessa volta de temporada é começar a colocá-lo para baixo novamente.

Conhecemos essa nova personagem chamada Luciana, que resiste no começo, mas depois concorda em trazer Nick para dentro e ajudá-lo. O que você pode dizer sobre ela e o que podemos esperar?

Dave Erickson: Luciana crê. Essa comunidade gira em torno de Alejandro, que era um farmacêutico no velho mundo e com isso se tornou um tipo de líder da comunidade. Para muitas pessoas da vizinhança, ele era o médico para todos os intentos e propósitos. Então há um sistema de crença que se desenvolveu em torno desse cara, e isso é algo que Luciana atribuiu.

Quando ela vê Nick pela primeira vez – depois perceberemos que ela está lá fora procurando por alguém bem específico e Nick não é essa pessoa. Sua primeira inclinação é deixar ele de lado. Em minha mente, depois da primeira cena onde ela vê Nick desmaiado, ela provavelmente conversou com Alejandro e reportou o que viu, e mesmo para essa comunidade em particular, alguém que anda com os mortos é uma anomalia, há algo de especial nisso. Então acho que essa foi a razão deles terem trazido ele para dentro, em última análise.

Mas ela com certeza é durona, tem uma grande fé em sua comunidade e em seu líder, Alejandro, e ela desenvolverá um tipo de relação com Nick nos próximos episódios. Então, novamente, voltamos para as duas perdas que vimos – a perda de seu pai e depois de Gloria. Nick encontra esses personagens e constrói relações com pessoas que parecem ser paralelas ao seu passado, e a questão para ele é: ele conseguirá se manter com essas pessoas e essas novas relações no apocalipse?

Bem no final, vimos esse farmacêutico abrir as portas para Nick e ele vê sua feliz e sorridente comunidade com crianças jogando futebol e um mercado improvisado. Só podemos assumir que isso é muito bom para ser verdade, certo?

Dave Erickson: Esse é um dos momentos mais divertidos da série, e provavelmente será o último. Olhe, em alguns aspectos, aquele momento é de recompensa pela jornada, e o que ele descobriu foi um grupo que tem as mesmas linhas de pensamento de Celia, eles não enxergam os mortos como monstros. Eles abraçam o apocalipse e veem isso como um tipo de evolução, não é um apocalipse para eles. Veremos seu sistema de crença no sentido de um aspecto religioso quando desenvolvermos a série, mas sim, esse momento em particular é tudo o que Nick esperava, e sim, em última análise, nada termina bem em Fear the Walking Dead. Então isso é um pingo de diversão antes da queda.

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Fonte: Entertainment Weekly

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