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Review Fear the Walking Dead S04E09 – People Like Us: Nada novo embaixo do sol

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do nono episódio, S04E09 – “People Like Us”, da quarta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

O nono episódio do quarto ano de Fear the Walking Dead foi ao ar no último domingo nos Estados Unidos e exibido nessa noite pela AMC Brasil em nosso país. Com a trama centrada nos eventos posteriores a confirmação da morte de Madison, vemos um episódio extremamente fora do ritmo que Fear vinha mantendo nos oito primeiros da atual temporada.

É revelado que – após atravessar o mapa do país – Morgan está disposto a retornar para Alexandria e solícito em levar com ele todos aqueles que o apoiarem na jornada. Ele anuncia a partida para a Virgina para cada um de seus parceiros no Texas, e a única que aceita o convite é Althea.

Charlie, que está com June e John parece estar passando por um momento de transição, de tentativa de se realocar em um grupo que provavelmente a culpa por muitas coisas que aconteceram no Diamond. Enquanto John fica com a garota, June e Althea vão tentar resolver problemas com walkers que estão descendo rio abaixo. É nesse momento que o cowboy consegue reexplorar seu passado e falar para a garota que ele já esteve na mesma posição que ela, tentando se encontrar no silêncio e que Laura (June) foi responsável por conseguir tirá-lo da obscuridade. A conversa dele com a garota surte efeitos contrários aos desejados e ela acaba fugindo, o forçando a sair em busca dela – com a ajuda de Strand que está em uma mansão abandonada com Luciana.

Enquanto os dois homens buscam pela garota, June e Althea conversam sobre o passado e a enfermeira revela que tem medo de dar continuidade no relacionamento com John, pois acredita que a pessoa que ele ama é Laura e essa é totalmente oposta a quem June realmente é. Althea a aconselha a deixar o passado para trás e seguir em frente e que de alguma maneira John se apaixonará pela mulher que está cuidando de seus ferimentos nos últimos tempos.

June reflete sobre quem ela realmente é: Naomi, Laura ou ela própria.

Noutro extremo vemos a relação de Morgan e Alicia aflorar. Enquanto ele está disposto a levá-la consigo para Alexandria, Alicia se mostra totalmente afetada emocionalmente pelo vulto da mãe e do irmão. Sentindo-se na obrigação de honrar quem Madison era, ela se empenha em uma missão autônoma quando vê mortos-vivos com bilhetes pedindo socorro.

Fear retorna com People Like Us (Pessoas como nós) sem grandes novidades, explorando a trama que se desenrolou desde o inicio da temporada, sem adicionar muito para conseguir trabalhar o ponto central do enredo. Se isso é bom? Em certos aspectos sim, pois a audiência ainda precisa se readequar a nova formação do grupo, mas se – pelo contrário – termos uma trama totalmente presa em apenas um quesito (a morte de Madison e Nick e os desdobramentos emocionais que isso afere aos personagens) há o risco de se tornar em uma história desgastante e repetitiva.

Claro que estamos falando do primeiro dos oito últimos episódios da temporada e que há muita história para ser contada, mas se comparamos o episódio de retorno com o episódio de estreia desse ano, vemos uma descomunal diferença em quesito de desenvolvimento. Corremos o risco de termos nos acostumado com muito nos oito primeiros episódios (que jogou com linhas temporais e prendeu o telespectador o fazendo montar um quebra-cabeça) e não sermos capazes a retornar a uma narrativa “comum”.

Curiosamente, vemos pouco a pouco os heróis originais da história perderem totalmente o foco em Fear, o que reforça ainda mais a ideia de que a série carrega em comum com as três primeiras temporadas apenas o nome. Alicia sendo encoberta pela presença de Morgan, sendo conduzida a desenvolver pensamentos pertinentes aos seus (é óbvio que isso pode trazer um grande desenvolvimento no lado humano da personagem, mas também pode torná-la perdida e fragilizada em meio ao enredo). Strand e Luciana tendo poucos segundos de tela, com uma história quebradiça e sem motivação alguma. Em contrapartida, temos enredos interessantes para June, John, Althea e até mesmo para a pequena terrorista Charlie.

Alicia em meio à tempestade que se iniciou no final do episódio.

Outro ponto totalmente questionável é a casualidade de Morgan ter se locomovido pelo país inteiro para agora decidir retornar para o local de onde veio. Isso torna a história de Fear tão sucateada, como se o crossover fosse apenas a jogada de marketing necessária para alavancar a série secundária e uma forma de dar o que os fãs pediram. É como se fosse uma declaração evidente de que a série derivada é apenas mais uma forma de arrecadar dinheiro.

A vinda de Morgan para Fear poderia adicionar muito. Levá-lo de volta à Alexandria é desnecessário. Fazê-lo aprofundar vínculos com os personagens da segunda série do universo The Walking Dead e transformá-lo em uma pessoa totalmente diferente daquela que ele já foi na série primaria seria enriquecedor para o enredo.

A relação entre Jones e Alicia poderia ser muito bem explorada, uma vez que a garota nunca teve um pai presente e Morgan sofre com a ausência do filho acometida pelo apocalipse. É como se um pudesse ensinar para o outro. Essa sintonia só é possível, no entanto, se Morgan continuar ligado a história de Fear, uma vez que, se ambos partissem para integrar a série mãe, estariam enredados em meio a história de dezena de outros personagens e não teriam espaço para explorar essa troca.

Luciana é uma personagem que precisa mostrar o porque de ter sido escolhida pelos roteiristas para continuar viva. Até o momento sabemos pouco sobre quem ela é, o que a motiva e em que local esteve quando subitamente desapareceu na terceira temporada. Personagens adicionados na atual temporada já conseguem ser mais profundos e interessantes que ela.

June está em um comportamento semelhante ao de muitos personagens que já se foram em seus episódios pré-morte. É cedo demais para afirmar algo, mas se um nome precisasse ser indicado, o dela estaria no topo da lista para “morte de final de temporada”. Toda a sua história com John e suas crises de identidade; sua forma de se questionar e tentar ser alguém melhor do que foi nos últimos eventos, tudo isso reforça a sombra de morte que gira sobre sua cabeça. É uma pena, visto que a personagem tem bastante complexidade, mas é a que mais se predispõe a um enredo dramático de morte (teremos todo o lamento de John que pode levá-lo a crescer ou se perder totalmente).

Por fim temos o tão anunciado furacão. O desdobramento dessa história provavelmente será escrachado no próximo episódio, mas já podemos imaginar o quão enriquecedor será para a trama – se bem trabalhado – termos a força da natureza agindo em meio ao apocalipse zumbi. Nas HQ’s de The Walking Dead vemos o grupo de Rick lidando com nevascas, fortes ventos e ondas de intenso calor, algo que foi ignorado pela série homônima. Fear trará tal evento como novidade e é mais uma vez algo que aproxima a história do mundo real, trazendo identificação entre o público (principalmente norte americano) com o que está sendo retratado na TV. Esse mecanismo (o de identificação) é totalmente necessário e atrativo para a audiência.

Enfim. Vemos que temos grandes possibilidades, mas que Fear caminhou para um ponto de equilíbrio no qual, se der um passo para a direita ou para a esquerda pode somar resultados totalmente opostos: um potencial sucesso ou um desesperador fracasso. A série foi totalmente descaracterizada do que era, diminuindo a coadjuvantes seus antigos personagens e apostando em novos rostos. Constrói perspectivas interessantes, mas falha quando alguns enredos se tornam previsíveis e usa artimanhas como “golpe de marketing”.

Pedidos de socorro colhidos por Alicia pregados no corpo dos infectados.

Das pequenas perguntas que me fiz durante o episódio e que ficaram sem respostas, está: Por que o grupo está totalmente desconectado? Entendo Alicia, Strand e Luciana querem distância dos demais, mas Althea e Morgan também se isolaram de John, June e Charlie. Qual a razão do distanciamento e como eles chegaram ao acordo de se dividirem?

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Fear the Walking Dead vai ao ar as segundas-feiras, às 22h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.

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