Destaque

Review Fear the Walking Dead S04E14 – MM 54: Uma perspicaz homenagem para The Walking Dead

Publicado há

em


Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo quarto episódio, S04E14 – “MM 54”, da quarta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Um episódio revelador e repleto de referências contemplou a audiência nessa semana. Com MM 54 tivemos uma bonita homenagem ao primeiro ano da série mãe, além de um desenvolvimento significante na relação entre alguns personagens.

Começamos a história finalmente descobrindo uma das coisas que mais vinha me deixando agoniado: o nome da “mulher misteriosa” que agora pode ser chamada de Martha. Martha, finalmente teve seu passado explorado, e sua motivação pareceu ficar evidente para o público. Sua oposição ao ato da caridade se dá ao fato de que, quando ela precisou, não contou com o auxílio de ninguém. Pela insensibilidade dos outros, Martha acabou perdendo seu marido.

Temos um breve preambulo sobre quem Martha foi antes do apocalipse se iniciar, e descobrimos que tinha como profissão ser professora de gramática. Isso explica o motivo que a leva a escrever no rosto dos mortos-vivos que captura. Ainda, a sujeira no corpo da personagem se deve ao momento em que ela cava com as próprias mãos a cova do esposo.

Martha e Urso Polar têm suas histórias cruzadas ainda na época em que ela sofre sobre o túmulo de seu amado. A mulher descobre o sistema de ajudas quando uma das caminhoneiras dele deixam uma caixa na estrada, logo após Martha ter passado horas aguardando por ajuda (que não veio em tempo).

Martha investiu seu tempo em destruir o sistema de ajuda de Urso Polar.

Em outro aspecto, temos Alicia e Charlie chegando ao local indicado por Morgan no episódio anterior e se deparando com o caminhão totalmente incinerado e repleto de corpos em seu entorno. Enquanto Charlie insiste em procurar pelos demais, Alicia se preocupa em buscar uma direção para seguir, escolhendo o leste.

Mais tarde, descobrimos que a jovem Clark está interessada em levar a garota até a praia, visto que no episódio Close Your Eyes Charlie revelou nunca ter visto o mar. O plano de Alicia é deixar os demais sobreviventes para trás e cumprir a boa ação de apresentar a menina ao litoral.

Charlie não está de acordo com ela, e insiste em seguir buscando os amigos. As duas demonstram ter diferenças quanto ao conceito de “fazer o bem”. Ao discutirem sobre o assunto, Charlie ouve o som de água e descobrem um rio inundado no local. A garota encontra o chapéu de John boiando e Alicia sorri ao observar a outra margem do rio.

Alicia e Charlie buscam fazer a coisa certa, mas de forma independente.

E por fim, temos a trama de Morgan e os demais, que conseguem sobreviver ao ataque de Martha. Com o vazamento de gasolina e tendo o motor superaquecido, o caminhão acaba explodindo e o grupo se vê sem veículo. Além de tudo, Wendell, depois de ter acertado um tiro em Martha, acaba ficando sem sua cadeira de rodas e tendo sua locomoção prejudicada. Seguidos por uma horda pitoresca, eles acabam indo em direção a um hospital, onde poderão encontrar instrumentos para que June os ajude com os ferimentos e uma cadeira de rodas para Wendell. Jim demonstra culpar Morgan por tudo o que vem ocorrendo e Jones parece absorver o que é dito pelo cervejeiro.

Dentro de um hospital, cercados por mortos no maior estilo “Don’t Open, Dead Inside”, os sobreviventes precisam religar os geradores do local para conseguirem subir pelo elevador ao telhado da construção e assim conseguir se livrar da ameaça dos mortos vivos. Althea acaba se empenhando na missão solitária. No meio do caminho, Jim tem um confronto com um infectado e consegue matá-lo, fazendo sua primeira vítima do apocalipse zumbi.

No pavimento superior do hospital, June identifica manchas de sangue nas costas de Jim e pede para ver o ferimento, descobrindo então uma mordida de zumbi. O clima fica totalmente disperso entre os sobreviventes e olhares pesam sobre Morgan. June é a única que se importa em animar o companheiro de sobrevivência. O episódio termina com a morte irrecorrível de Jim sendo anunciada e Althea desaparecida.

Os personagens conseguem usar o elevador após Althea ativar os geradores de energia do hospital.

O episódio MM 54 é um ótimo episódio que traça a dinâmica entre os personagens e a busca de cada um em desempenhar o bem. Alicia, Charlie, Morgan e Althea são pontos centrais dessa temática, buscando realizar algo notável.

A pesada centralidade em homenagear The Walking Dead e seus primeiros anos foi um marco importante para esse episódio. Todo o momento dentro do hospital relembrou em muito o episódio piloto da série mãe, bem como outros momentos diversos da primeira temporada. Vemos Morgan encarcerando todos dentro de um prédio cercado de zumbis, que se acumulam em frente a um vidro, cena que lembra Rick em Atlanta sendo salvo por Glenn e deixando todos cercados no interior de uma construção com uma vitrine repleta de mortos.

Ainda homenageando The Walking Dead, temos o Jim de Fear sendo mordido nas costas, da mesma forma que o Jim da primeira temporada da série mãe foi. A cena no telhado do hospital é amplamente semelhante ao momento em que Rick prende Merle na estrutura superior do prédio onde estavam.

Saindo da primeira temporada, vemos ao fundo da paisagem atrás de Morgan e June uma estrutura parecida com o Capitólio que será cenário da nona temporada de The Walking Dead. Claro que não se trata do mesmo local, mas é uma pequena referência de que novamente nós teremos uma volta as origens na série mãe, o que de alguma forma afetará o desenrolar da trama de Fear.

A relação de June e Morgan é bem construída nesse episódio.

Falando em June, a personagem tem ganhado uma forma bastante presente na trama. Ela evoluiu de uma pessoa completamente sem escrúpulos para alguém dotada de sensibilidade e aberta a se importar com o grupo e usar seus conhecimento para o bem de todos. Sua relação com Morgan e a forma como ela serve de apoio psicológico para ele ao longo da história é totalmente honrável.

Althea, que percebe através de Wendell que é possível se importar com os outros mesmo após você passar por traumas, é outro destaque no episódio. Sua trama, aliás, deixa pistas de que no passado ela tenha passado por grandes problemas que abalaram seu lado humano e seu ser social. Althea que sempre foi uma das personagens mais misteriosas na quarta temporada, pela primeira vez demonstra indícios de que entendeu seu lugar no grupo e, por se sentir a única sem vinculo afetivo, se arrisca numa missão solo se expondo ao perigo iminente dos mortos vivos.

Por mais que em um curto espaço, a história de Martha parece ter sido bem construída no preâmbulo do episódio. Entender que ela perdeu os sentidos após desacreditar na capacidade de compaixão, por tudo o que se passou nos momentos finais de seu marido, nos demonstra que suas motivações são bem coerentes dentro de sua loucura.

Os pontos baixos do episódio são poucos, mas existentes. O tiro dado em Martha por Wendell foi certeiro, mas mesmo assim a personagem pareceu sair ilesa do momento, como se tivesse sofrido apenas um leve arranhão. Noutra extremidade, a insistência em fazer de Alicia uma personagem obstinada em fazer o bem – mas de forma equivocada – tem sido cansativa. Os personagens estão basicamente no centro do mapa dos Estados Unidos e, por querer fazer o bem desnecessário, Alicia acha uma ótima ideia arrastar Charlie para a praia se desvencilhando dos demais.

Alicia parece estar sendo apagada pela trama.

A ideia de Alicia não faz sentido para a personagem e para sua construção. Nesse momento ficou evidente o quão infantil ainda pode ser sua mentalidade, já que não há sombra de maturidade nela ao ponderar ser aceitável a ideia de simplesmente deixar os outros para trás e seguir em busca do litoral para beneficiar Charlie. Se é Madison que ela tem buscado reconstruir em sua personalidade, está caminhando para o lado errado, já que a matriarca faria o possível para reunir os seus antes de tomar qualquer outra decisão.

Outro ponto triste e previsível é a iminente morte de Jim. Mais uma vez temos um personagem não desenvolvido jogado na trama para ser a carga dramática de morte. Com uma história para ser construída meramente interessante, Jim irá morrer sem demonstrar muito para o que veio e tendo seus anos de resguardo mal explicados.

A causalidade tem sido artifício muito utilizado na trama, as vezes se sobrepondo ao mínimo de coesão que uma série precisa manter. Primeiro tivemos Morgan indo ao Mississipi, voltando e conseguindo encontrar June e Althea. Depois vemos Luciana casualmente se deparar com o Urso Polar pra finalmente se unir aos personagens junto ao caminhão e, agora, Alicia e Charlie casualmente acabam encontrando John e Strand. As coincidências acabam tornando a trama quebradiça e previsível, muitas vezes.

Mas embora os pequenos erros, Fear se mantém em uma caminhada louvável se comparada aos dois últimos anos da série mãe. MM 54 construiu momentos dramáticos importantes.

E você? O que achou do episódio? Deixe um comentário abaixo e vote na enquete.

Take Our Poll
 

Fear the Walking Dead vai ao ar as segundas-feiras, às 22h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.

Fiquem ligados no Fear the Walking Dead Brasil e em nossas redes sociais @FearWalkingDead (twitter) e Fear the Walking Dead Brasil (facebook) para ficar por dentro de tudo que rola no universo de FearTWD.

Comentários

EM ALTA

Sair da versão mobile