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Review Fear the Walking Dead S05E01 – Here to Help: Um bom inicio para nos dar esperança

Fear the Walking estreou sua 5ª temporada com Here to Help. Veja aqui nossa crítica ao episódio.

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do primeiro episódio, S05E01 – “Here to Help”, da quinta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Fear the Walking Dead está de volta para o seu quinto ano. Quem diria que a série spinoff do grande blockbuster zumbi iria se preservar por tanto tempo e ter uma audiência consideravelmente imponente? Nessa quinta temporada partimos da primícia do que nos foi ofertado no quarto ano: a história foi reiniciada.

Em Here to Help nós temos a revelação de que os planos de Morgan em ajudar as pessoas não estão dando o retorno esperado. Embora eles tenham se empenhado na missão de dar continuidade ao legado de Clayton, os personagens começam a notar que há dois tipos de pessoas no mundo pós-apocalíptico: aquelas que morrem e aquelas que se escondem. Não há como ajudar os outros se não há relação de confiança.

Entretanto, nesse episódio, uma luz parece brilhar ao fim do túnel para Morgan e um homem chamado Logan solicita seu auxílio, uma vez que – segundo ele – sua comunidade está cercada por mortos. Até aonde o roteiro se deixa entender, os heróis encontraram um avião com o qual pretendiam ter acesso à comunidade de Logan e esse avião acaba sofrendo um acidente – os levando ao encontro de três crianças.

O episódio se constrói de forma bastante dinâmica, repleto de ação e momentos bons para uma gama de personagens que acabaram sendo anulados na temporada passada para construir o protagonismo de Morgan. Aliás, quanto a esse protagonismo, continuo sem saber definir se a audiência conseguirá comprá-lo. Ao longo do episódio, Morgan patinou no mesmo discurso que vem tendo desde o sexto ano de The Walking Dead e foi em Alicia que conseguimos ver uma liderança destemida e determinada.

Embora Morgan seja o líder moral, Alicia se destaca como a líder real do grupo.

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Alicia está de volta. Do visual com jaqueta de couro inspirado na Madison da quarta temporada até suas dúvidas quanto a permanecer no plano de Morgan a personagem é o destaque desse episódio. Embora ainda me incomode o hábito dos roteiristas não darem de uma vez por todas para ela uma espada, lança ou qualquer objeto cortante que tenha sido feito exatamente para isso e poupá-la da improvisação com ferragens, suas cenas de ação foram brilhantes. Aliás, foram poucos minutos de tela em que Alicia não esteve agindo. A forma como ela lidera a equipe antes de ser interrompida pela van dos novos personagens é bastante animador. Embora tenhamos que engolir o protagonismo sonolento de Morgan, ainda contamos com Alicia para nos animar.

Eu gosto de como funcionam June John. Sou conhecido por não gostar muito das construções amorosas do mundo The Walking Dead, mas entre esses dois há um ingrediente secreto que não pude ver em casais da série mãe, por exemplo. Embora sejam um o complemento do outro, funcionam bem individualmente e juntos. A paixão deles não é maçante e nem cansativa, se adéqua bem ao roteiro e flui de forma natural. Mas, há um sentimento prematuro em mim de que algo não terminará bem entre eles. A conversa dos dois divididos entre continuar ajudando as pessoas ou não e a forma como June defende ferrenhamente a ideologia de Morgan, me parece uma força do roteiro para mais tarde nos despedirmos da personagem. Vejo-a como a potencial morte da primeira metade da temporada – ou da temporada como um todo. Sabemos que Morgan será conduzido a desistir de sua ideia utópica de que o mundo ainda pode ser um bom local e, por regra, todo aquele que se comprometer demais com ele e suas filosofias, provavelmente acabará mal, para enfim fazê-lo entender qual a realidade na qual estão inseridos agora. Seria uma pena me despedir de June, mas aparentemente, caminhamos para isso.

Luciana foi a personagem – depois de Morgan – que mais me empenhei em criticar na temporada passada. A típica personagem que era carregada em uma trama vazia apenas por causalidade, sem grandes feitos e sem influenciar em qualquer ponto da história. Entretanto, quero que fique evidente que tais críticas não são contra a personagem em si e sim contra o roteiro oferecido à ela. Aparentemente, já tivemos uma leve mudança nisso no primeiro episódio desse quinto ano. Luciana esteve centralmente ligada à história e Danay García se provou novamente uma ótima atriz. Espero que sigam construindo uma boa presença para ela na trama e que ela se torne digna da empatia da audiência.

Outro personagem que para mim é bastante cheio de utilidades para a trama é Althea, que embora recentemente inserida na série já desponta como uma futura protagonista forte. A multifuncionalidade que ela traz para o roteiro é boa: jornalista, com um passado obscuro não explorado, sabe pilotar aviões, tem uma história no exercito. Sua profissão a leva a um instinto de curiosidade que acaba ligando os personagens a tramas interessantes. Agora, aparentemente, de alguma forma ela será a responsável a pré-inserir informações úteis para o filme centrado em Rick Grimes. Provavelmente a personagem nos revelará um pouco mais dessa comunidade que levou o protagonista da série mãe embora no nono ano. É uma forma de não cairmos totalmente crus no longa metragem e já termos conceitos preestabelecidos sobre os salvadores – ou sequestradores, dependendo do ângulo que analisarmos – de Rick.

Como Althea ligará Fear ao enredo deixado em aberto por The Walking Dead?

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Enfim, chegando ao aparentemente novo vilão, Logan, tenho bons pressentimentos quanto a ele. A interpretação dada pelo ator e a forma como o enredo foi cuidadoso em se ligar a pequenos detalhes deixados pela quarta temporada é animadora. Se conseguirem constituir uma boa trama, podemos ter o maior vilão que Fear já presenciou sendo inserido nesse quinto ano. Espero que ele seja o responsável por abrir os olhos de Morgan de uma vez por todas, fazendo-o ver que não há jeito possível para que sua benevolência prevaleça de forma unanime.

Esse novo antagonista já chega colocando em cheque a segurança de SarahWendellCharlieStrand. Embora pouco presentes nessa semana, os personagens tiveram uma dose certa. Sarah e Wendell saudando a memória de Jim e Charlie retomando seus dons de infiltração tão destacados pelos Abutres no ano anterior. Do ponto que eu não compreendi está o real motivo de Althea pedir para Strand ir atrás de um homem que tinha outro avião. Para qual motivo eles precisavam de um avião agora que descobriram que Logan era um impostor? Relevei e entendi como simples apelo do roteiro para levar Strand a assistir a fita de Daniel Salazar. Sim, o homem estará de volta. Basta saber em que lado ele se posicionará e se será de uma vez por todas – espero confiantemente que sim.

Mesmo com as decisões controversas do quarto ano, Fear the Walking Dead tem uma boa abertura para construir uma boa quinta temporada. Embora Morgan continue a me incomodar – e de novo, não é sobre especificamente o personagem e sim sobre a pobreza de roteiro imputada a ele desde seu retorno à The Walking Dead -, sinto que de alguma forma esse quinto ano pode finalmente o equilibrar, nem o bom moço e nem a máquina sanguinária.

Gosto que retornamos à Alicia e acho honrável que o roteiro entregue a ela o protagonismo – mesmo que dividido -, já que é a única personagem presente que está na trama desde o episódio Piloto (Daniel ainda não retornou de forma fixa).

Estou esperançoso por um bom arco para Luciana e os personagens inseridos na segunda metade da temporada passada (Sarah e Wendell). Ansiosidade é a palavra que define o momento em que Victor e Daniel voltarão a estar frente a frente novamente.

Logan será um vilão bem construído?

Outro ponto que me interessa, como falado, é o desenvolvimento de Logan. Para ser o homem que abrirá os olhos de Morgan para a realidade, ele precisará ter uma história interessante para contar. Morgan já passou por momentos muito conturbados e continua insistindo na ideologia da benevolência, então, para curvá-lo, Logan terá que ser um vilão praticamente imbatível.

É nessa trama de vilania de Logan que acredito que nos despediremos de June ou de John, dando maior possibilidades para a partida da enfermeira. Tivemos muito pouco ainda, mas os poucos diálogos parecem apontar para um “até que a morte nos separe” para o casal.

Enfim. Ainda temos muita coisa para ver, como a chegada de Dwight por exemplo. Mas até o momento, com esse único episódio, pude ter um vislumbre de algo bom a ser desenvolvido nos próximos quinze episódios. Se o roteiro conseguirá se manter conciso e aceitável? Só o tempo para dizer. Já fomos bastante iludidos com os oito primeiros episódios da quarta temporada para depois nos frustrarmos.

E você? O que achou do episódio de estreia da quinta temporada? Compartilhe sua opinião conosco e vote na nossa enquete:

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