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Review Fear the Walking Dead S05E07 – Still Standing: Brincando com o fogo

Still Standing foi o sétimo episódio da quinta temporada de Fear the Walking Dead. Venha conferir a nossa crítica ao episódio e comente conosco.

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do sétimo episódio, S05E07 – “Still Standing”, da quinta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Still Standing poderia ser um ótimo episódio se não levasse a um fim tão preocupante. Depois de terem destruído tudo o que Fear the Walking Dead era em seus três primeiros anos, atirando para escanteio a família Clark, protagonista da trama e deixando apenas Alicia em pé e adicionando um forçoso centro de enredo no insuportável Morgan, agora os showrunners colocam em risco, mais uma vez, a estabilidade da série.

Alicia é tida como a personagem favorita do grande público desde sua estreia no episódio Piloto de Fear. Além disso, possui carisma de protagonista e carrega consigo toda uma nostalgia dos fãs dos primeiros anos do drama zumbi. Em contrapartida, Morgan já era detestado por grande parte da audiência de The Walking Dead e, desde que chegou em Fear, tem sido visto pelo público como uma grande pedra em que o roteiro insiste em tropeçar. Sem carisma, sem apelo, com uma estrutura de história insuportável. Em Morgan a única coisa que se salva mesmo é seu grande interprete, Lennie James.

Agora, os showrunners resolveram flertar com a ideia de Alicia se despedir da série. O episódio Still Standing foi bom para ela, que até então, nessa quinta temporada, estava engessada pela sombra de Morgan e não a víamos em ação. Vê-la como uma guerreira imbatível contra uma horda enorme de mortos-vivos para salvar as crianças na casa da árvore foi animador. Alicia finalmente estava em seu ápice novamente e a audiência com toda a certeza vibrou em poder a ver novamente. Mas, de repente, o que parecia um libertar da jovem Clark se transformou em um iminente fim. Alicia acaba banhada em fluídos de um infectado contaminado pela radiação da usina.

A jovem, que acompanhamos desde sua fase de ensino médio lá na primeira temporada, é eixo central para que Fear consiga se centrar e sua morte pode acabar de afundar Fear como parte do Universo de The Walking Dead. Sem Alicia a audiência será forçada a acabar de engolir Morgan como protagonista e nenhum outro personagem além de Alicia tem força e apelo junto ao público para equilibrar a balança, sem deixar que Morgan afunde o enredo. Então, vejo nesse último episódio uma brincadeira com fogo dos showrunners. Se a morte se concretizar, com certeza veremos Fear afundar ainda mais e se Alicia não morrer, os roteiristas terão que dar boas explicações no por qual motivo a radiação não a matou – já que Gracie insiste desde sua primeira aparição em dizer o quão perigoso é estar exposto ao contato com aqueles mortos vivos.

O confronto de Alicia poderia ser épico, se não terminasse de forma desesperadora.

Fora da trama de Alicia, tivemos StrandCharlie tendo que lutar pela sobrevivência sem entrar em contato com os infectados, conforme instrução de Morgan. Talvez a cena mais questionável de todas as temporadas de Fear. Já vimos zumbis abrirem a porta utilizando uma pedra em The Walking Dead, derrubando muralhas, portas e afins e agora vemos uma horda considerável sendo detida por uma lona. Sim, Strand e Charlie erguem paredes de lona para impedir que os mortos os ataquem. Tal decisão de roteiro só pode ter sido tomada bem ao final da reunião dos escritores, quando eles já estavam fartos de procurar soluções para livrar os personagens dos zumbis radioativos e resolveram fazer de qualquer jeito para que pudessem ir para suas casas.

June Althea percebem que precisam de diesel para abastecer o avião, assim que ele estiver pronto para voar. Althea lembra da reserva de combustível de Isabelle e leva June até o paredão que precisa ser escalado novamente. Não acompanhados a empreitada no alpinismo, mas o roteiro nos leva diretamente a finalidade do gancho de trama: Althea resolve compartilhar com June sobre a existência de Isabelle. A cena é um pouco incomoda, porque June ao invés de se interessar no que Althea estava falando, buscando saber quem era a pessoa que ela conheceu e de onde vinha, apenas a respondeu falando dela mesma com John. No fim, uma trama que poderia abrir leque para que mais alguém soubesse que há uma grande comunidade trabalhando num futuro, acabou por ser apenas uma cena jogada no enredo para não mudar nada na totalidade da história.

Falando em John, vejo outra cena problemática se desenvolver nesse episódio. Depois de omitir a carta de Sherry na semana anterior, o cowboy policial acaba a entregando a Dwight, fazendo com que o ex-salvador desista da sua busca. A pergunta que fica é: por qual motivo John guardou a carta para entrega-la no mesmo dia? É sério que o roteiro criou todo o momento dramático na semana anterior mostrando John escondendo o documento para na outra semana concluir de uma forma tão insignificante? No episódio passado parecia que tal omissão de John geraria um grande problema, dando grandes momentos para ele e Dwight, mas agora a história da busca por Sherry se encerra sem ter adicionado nada na trama central da temporada.

Por fim, a chatíssima trama de Morgan e Gracie. O flerte entre eles é quase que escrachado, mas o que mais me incomoda é o fato de como as coisas se resolveram. Desde The Walking Dead que RickCarolJesus e tantos outros personagens alertavam Jones que ele precisava encontrar um equilíbrio e que a vida não era feita só de ajudar a si próprio ou de ajudar os outros. Há um meio termo nesses dois extremos que é saudável e que garante o conforto e a segurança de todos. Entretanto, Morgan nunca ouviu os conselhos dos amigos. Já em Fear, não foram poucas as vezes que John, June, SarahWendell e outros o alertaram do mesmo. Da mesma maneira, Morgan os ignorou. Agora, numa simples fala de Gracie – que diz o mesmo que tantos outros – ele reflete e entende que realmente, ele precisa pensar em si mesmo para poder ajudar os demais. Ou Morgan é muito incompetente mental e consegue pensar só quando a testosterona está em alta no seu sangue, ou os roteiristas resolveram mudar o rumo do personagem por perceberem a insatisfação do público, mas da maneira mais inconsistente possível.

No episódio vimos várias tramas sendo desenvolvidas que não levaram a novidade alguma.

Enfim, haveria muito do que se falar desse episódio. Mas a carga de preocupação com o problema que criaram no entorno de Alicia e nos riscos da série decair ainda mais em sua ausência acabam por suprimir qualquer grande dádiva que Still Standing possa ter tido. E isso é preocupante, por termos um protagonista sem carisma e não aceito pelo público, o sucesso de Fear acabou se tornando dependente de uma personagem e a preocupação com a morte dela é superior a qualquer grande acerto que a trama possa vir a ter.

O oitavo episódio vai ao ar nesse domingo e encerra a primeira metade da temporada, onde provavelmente teremos a conclusão do núcleo da usina e das crianças órfãs. O que Fear prepara para seus últimos oito episódios? Será que consegue ser mais interessante do que os primeiros momentos da temporada? Para isso a certeza que tenho é que não precisam de muitos esforços, já que os episódios iniciais foram confusos, incoerentes e maçantes de serem acompanhados.

E você? Concorda com nossa crítica? O que tem achado das tramas de Fear? O que espera para a conclusão dessa primeira metade? Vote em nossa enquente e deixe um comentário abaixo com sua opinião.

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