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Review Fear the Walking Dead S05E08 – Is Anybody Out There?: Quase um acerto

“Is Anybody Out There?” foi o oitavo episódio da quinta temporada de Fear the Walking Dead. Venha conferir a nossa crítica ao episódio e comente conosco.

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do oitavo episódio, S05E08 – “Is Anybody Out There?”, da quinta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Confesso que o desfecho de toda a história com o avião, as crianças e a usina nuclear não me desagradaram tanto quanto eu achei que poderia. Fui árduo nas críticas aos enredos desenvolvidos por não demonstrarem foco e estarem muitas vezes confusos, mas Fear the Walking Dead conseguiu encerrar as três tramas da forma mais equilibrada possível.

Não que isso esteja longe da obrigação dos roteiristas. Aliás, muito embora tenham conseguido dar finalidade aos confusos sete antecessores, a fragilidade e irrelevância da trama continuam a ser um grande oponente que precisará ser combatido nos oito últimos episódios dessa temporada.

Uma das coisas que mais me preocupam é a enorme quantidade de personagens que temos nas mãos para a segunda parte da temporada. De principais, o time se compõe de: AliciaMorganLucianaStrand, June, John, Althea, Charlie, Sarah, Wendell, Daniel e os recém chegados Annie, Max, Dylan, Gracie, Dwight e Logan. Fora as outras várias crianças figurantes e novos personagens anunciados na San Diego Comic-Con 2019. Isso é, são quase vinte sobreviventes disputando espaço na trama de oito episódios.

Outro grande defeito de “Is Anybody Out There?” é Logan. A sensação de ter sido enganado pelos roteiristas foi péssima. O personagem, antigo sócio de Clayton, chegou na estreia do quinto ano levantando uma bandeira de guerra contra os heróis. Como bem lembrado por Alicia e Sarah, foi ele quem fez com que os sobreviventes quase morressem ao irem de avião tentar salvá-lo e, sucessivamente, os expôs aos riscos da usina nuclear. Ademais, parecia que ele tomaria para si a fábrica de jeans que estava servindo de casa para o grupo principal. O tom de vilania era perfeito e Logan era uma promessa animadora para a audiência. Entretanto, fomos enganados.

A trama da usina, crianças e avião até que conseguiu se encerrar bem.

Logan simplesmente abre mão da fábrica de jeans – já que não encontrou o que queria – e ao final do episódio se alia ao grupo na busca por um bem comum: combustível. Ou seja, eles trabalharão juntos para acharem um depósito de gasolina mapeados pelo diário de Clayton. Claro que dentro disso, Logan pode se mostrar um grande egoísta e usá-los para ter o que quer e no fim ficar com tudo para si. Mas, isso não parece tão animador como uma guerra desenfreada contra o L de C&L.

Ainda sobre o quase-vilão, fiquei confuso sobre sua proposta. Por que ele precisa tanto da gasolina? Não é mais fácil eles simplesmente pararem de trilhar de um lado para o outro com os caminhões e se preocuparem em fazer o óbvio: desenvolver uma comunidade? É inadmissível que pessoas que sobreviveram por três anos no apocalipse zumbi não tenham refletido que precisam criar uma casa para estar, que seja autossustentável, com horta, água e o que mais for possível, nos molde de Rick Grimes.

No entanto, muito embora pareça frágil uma trama embasada no combustível, Fear parece ao menos demonstrar preocupação com a unidade do universo compartilhado de The Walking Dead que o AMC quer estabelecer. Isso porque, Fear está situada na linha-temporal nesse momento poucos meses antes do começo da nona temporada da série mãe, The Walking Dead. Para quem não lembra, o combustível – ou a falta dele – é um problema para Rick e seus companheiros no ano nove, fazendo com que eles adotem cavalos no lugar de carro.

Discutindo as questões episódicas, John e Dwight funcionaram bem juntos. A relação do cowboy com os doces trouxe uma curta relação com o quarto ano, o que dá consistência ao seu personagem. Os momentos de despedida com June foram um misto de emoções: de uma leve comoção até um “tá bom, a gente já entendeu que vocês se amam e que é difícil dar adeus, não precisa ficar nessa melação toda.”.

Alicia aparentemente resolveu tudo com um banho. Gracie até mesmo afirma que ela ficará bem. Acho o posicionamento da operadora da usina bem questionável. Passou todos os demais episódios infernizando os sobreviventes, dizendo que não podiam tocar nos walkers senão morreriam, que Morgan não poderia usar sua arma por estar contaminada, pra agora se demonstrar totalmente desligada disso, garantindo que um banho é suficiente para livrar uma pessoa da radiação e permitindo que Morgan manuseie sua estaca deliberadamente. Isso me traz uma sensação de que essa história não se encerrou e que Gracie e Alicia passarão por alguns momentos na parte final da temporada ligados a exposição à radiação.

O numeroso elenco para a segunda metade da temporada é preocupante.

Aliás, seria esse o plano do roteiro para o grande número de personagens? As crianças, querendo ou não, passaram muito tempo expostas aos efeitos da usina nuclear. Gracie, Alicia e Morgan são casos de personagens que também se expuseram a altos níveis de radiação. Vamos ter uma morte em massa dos figurantes mirins e ver um dos três adultos se despedindo também, enquanto os outros dois afetados, conseguem se recuperar de forma milagrosa por algum “remédio” improvisado de última hora (pra quem já foi salvo por etanol, não me surpreenderia em ver Alicia ou Morgan tendo que beber a gasolina da qual estão indo atrás para se salvarem).

Uma das cenas que mais gostei, com certeza, é o momento em que Wendell se esforça para ligar as luzes da pista de pouso. Não só pelo momento em si, mas pelo que representa. Pra quem não sabe, Daryl Mitchell que interpreta o personagem, é cadeirante de verdade. Então, vê-lo não medir esforços para salvar os demais foi emocionante pois ultrapassou a atuação e se tornou uma realidade. É como se pudéssemos ser expostos aos dramas diários de cadeirantes da forma mais real possível.

A segunda cena que acalentou meu coração foi a corrida de Alicia para os braços de Daniel. Havia tanto tempo que não via a jovem esboçar um sorriso e ser simplesmente feliz por um momento. Mas, se o sorriso de Alicia foi emocionante o de Daniel foi duplamente valioso. É a primeira vez que Daniel o faz em todo o tempo que está na série. Salazar sempre foi o personagem durão, irredutível e mal humorado na história e essa foi a única oportunidade que tivemos até aqui de vê-lo vulnerável e contente com algo.

Wendell e Sarah que estavam nas sombras até agora, conseguiram brilhar.

Enfim, o oitavo episódio da quinta temporada poderia se tornar mais interessante se seus antecessores tivessem tido um bom desempenho. Mas como obra única, até que conseguiu ser relevante. Quando levado ao contexto geral, se mescla no mar de inconsistências e incoerências dos sete primeiros e aí se desqualifica.

Estou curioso para ver quais serão as consequências da exposição à radiação, principalmente no que diz respeito à Alicia. Ademais, quero entender onde Dwight irá se adequar na trama e se Daniel ficará de forma fixa na história. E claro, como resolverão os problemas com os vinte personagens principais e mais uma penca de figurantes. Se Luciana não tinha espaço antes, em meio a doze heróis, como se sairá agora com um encorpado elenco?

E você, o que achou? Qual sua análise geral dos oito episódios da quinta temporada de Fear? O que espera para o final do ano cinco da série? Comente abaixo e vote em nossa enquete.

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