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Kim Dickens fala sobre a estreia de Fear the Walking Dead

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ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do primeiro episódio da primeira temporada de Fear the Walking Dead, S01E01 – “Pilot” (Piloto). Leia por sua conta e risco. Você foi avisado.

Ser pai é muito difícil, aí você joga um filho drogado e um apocalipse zumbi em uma mistura e uma mulher realmente tem seu trabalho cortado para ela. E a mulher nesse caso é Madison Clark de Fear the Walking Dead. Na estreia, vimos Kim Dickens dispensar tanto amor resistente enquanto tentava dar sentido à ameaça iminente e o vício de seu filho.

A Entertainment Weekly conversou com Dickens para saber sua opinião da estreia e se Madison é a única culpada pela morte de Calvin.

ENTERTAINMENT WEEKLY: Antes de falarmos sobre a estreia, eu sei que vocês finalmente conheceram seus parceiros da outra série de The Walking Dead na Comic-Con de San Diego. Como foi juntar os dois elencos?

KIM DICKENS: Foi muito bom. Eles deram tanto apoio e estavam animados por nós, foram muito amáveis. Eles realmente nos abraçaram, temos que sair pra noite com eles, e sim, eles falaram sobre suas experiências, que são tão apaixonados pela série e se divertem muito. Eles amam seus fãs, e como eu disse, eles foram tão generosos com nós e realmente se animaram pela gente. Foi muito legal, eles são ótimas pessoas e foi bem divertido estar com eles.

O Norman Reedus lambeu seu rosto? Porque ele faz isso às vezes, você sabia?

Kim Dickens: Ele não lambeu meu rosto, mas espero que isso aconteça no futuro.

Boa sorte com isso. OK, quero perguntar sobre algumas coisas específicas da estreia. Madison tem uma fala onde ela conversa com o aluno Tobias, “Se houvesse um problema, saberíamos sobre isso. As autoridades nos alertariam.” Ela é uma conselheira que está tentando fazer com que as crianças tenham fé no sistema, mas eu acho que fé no sistema é uma coisa perigosa aqui, não é?

Kim Dickens: Sim, eu acho que o que Madison está fazendo nessas cenas com Tobias é ser uma conselheira e também cuidar dele. Seus medos são excessivos e paranoicos, e ele está com medo, eu sei que esse garoto é alguém que não tem uma vida muito estável em casa, e isso é um esforço para aliviar suas preocupações e também para confiar no que temos como verdade em nossa sociedade, que é que estaremos seguros. Há organizações no lugar, você sabe?

E é por isso que acho que dá pra sentir isso nessas cenas. Eu realmente gosto dessas cenas com Tobias porque você sente que ela cuida dele por inteiro e não só dispensa ele, ela realmente tenta aliviar suas preocupações. Mas também sinto que, pelo menos quando eu estava interpretando essa cena, ressoou em Madison um pouco que ele tem algum tipo de profecia ou é um pouco profeta de uma maneira. Ela não o rejeitou apenas, mas tentou acalmá-lo.

Acho que você calibrou a reação de Madison em relação à Travis e seus problemas com drogas de um jeito bem interessante. Vimos Madison ir ao hospital e tentar cuidar dele, mas está claramente saturada. Como você balanceou isso?

Kim Dickens: Bem, você sabe, eu li isso na primeira página. Está claro para mim que ela ama seu filho, mas eu sei o suficiente sobre ter um viciado na família e que os viciados podem ser muito egoístas. Eles podem ser tão malvados, dói muito cuidar deles. E também eu achei tudo muito real – como sua adoração e amor pelo seu filho, e que ela faria tudo pra ajudá-lo a sobreviver. Mesmo que isso seja um elemento de co-dependência com um viciado ou só um elemento de amor instintivo pelo seu filho, foi tão natural, meio que de todas as cores diferentes. E do outro lado está como isso causa estragos em seu pessoal e em seu coração. Isso a destrói.

É como esperar por uma ligação. Toda vez que o telefone toca, dá ao personagem um começo. Aquele pode ser o telefonema que… talvez seja do necrotério. Isso tudo se dá de forma tão verdadeira fora da página. E Frank é um ator incrível, me sinto feliz por ser capaz de retratar essa relação porque acho que é algo que você consegue observar todas as complexidades.

Fiquei impressionado com algo que Madison disse quando ela reagiu à situação de vício do filho: “Eu não sei se quero que ele volte para casa. O que isso faz de mim?” Isso é algo que uma mãe nessa situação, sem dúvida, pensa, mas muitas vezes não pode dizer.

Kim Dickens: Você tem que sentir por ela porque ele chegar em casa provavelmente dói tanto. Como é difícil assistir essa pessoa se destruir, ou não ter sucesso, ou não se manter sóbrio, e o que isso faz com a família, como isso destrói a família. Isso pode destruir qualquer um em volta deles. Muitos corpos mortos são deixados de lado com algumas dessas terríveis histórias de vício.

Eu amo isso sobre o roteiro e sobre Madison. É como eu me sinto às vezes, e a relação deles é assim também. Mostra na relação deles que Travis é um homem tão compassivo, e está lá para ela, está disposto a aceitar sua família, sua família fracassada, e fazer o que for para ajudar. Você não vê momentos como esse com frequência.

Você percebeu que meio que matou o traficante Calvin, né? Se Madison não fosse visitá-lo para procurar Nick, então Calvin não tentaria matá-lo, e aí Calvin não se tornaria um zumbi. Então meio que foi sua culpa, Kim.

Kim Dickens: Só por que eu fui procurar Calvin?

Sim. Foi isso que começou uma série de eventos!

Kim Dickens: OK. Bom, quer saber? Você não pode culpar Madison por isso. Ela estava procurando por seu filho. Ela não sabia que ele tentaria assassiná-lo. [Risadas]

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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: @LaisYes / Staff Fear the Walking Dead Brasil

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