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REVIEW FEAR THE WALKING DEAD S02E07 – Shiva: Um mundo de mortos e loucos

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do sétimo episódio, S02E07 – “Shiva”, da segunda temporada de Fear the Walking Dead e dos quadrinhos de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido ou lido, não continue. Você foi avisado!

Vamos falar sério: algum personagem não saiu de si nesse episódio? Foram tantas cenas de insanidade que foi difícil de acompanhar sem perder o fio da meada. Fear the Walking Dead entregou uma mid-season intensa, instigante e devastadora. Intensa por não deixar nossa mente descansar um segundo se quer e justamente por isso instigante, pois exigiu atenção e gerou dúvida em tempo integral. Por fim, devastadora por vermos famílias se desunirem, os personagens foram totalmente elevados à linha máxima da separação. Alianças outrora inexistentes se formaram e fortes vínculos foram postos à prova.

Comecemos falando de Daniel, um dos grandes nomes do episódio. Com uma história atada por flashbacks, sonhos, ilusões, foi um dos personagens que mais gerou dúvidas. No novo mundo, sem sua esposa e exposto a fragilidade da filha, Daniel parece estar pagando seus pecados. Sua mente vem rebuscando cenas do duro passado como guerrilheiro, em todo momento Daniel é cobrado pelo tempo de outrora pelas vidas que tirou. Na busca pelo maior e mais difícil dos perdões (o perdão a si próprio), ele acaba perdendo a sanidade, ouvindo vozes e vendo sua esposa, Griselda, já morta.

Madison. Sim, um ponto final. Madison tem se tornado o grande nome entre os personagens. Foge dos padrões machistas imposto nas séries de mulher submissa, sem ação e inteligência e totalmente dependente de um “macho-alfa” sobre si para dizer como e quando agir. Ela toma a frente e decide por si. Ela sabe como controlar e como resolver os problemas e está totalmente disposta a agir por ela mesma. Vimos muito mais da liderança inerente a ela nesse episódio. Se em Fear the Walking Dead temos a figura de um líder, esse líder é Madison.

Sobre Chris e Travis aquele velho desgosto por parte deste que vos escreve: como os Manawa são burros. Tudo bem, seu filho doentio e psicótico fugiu correndo pelas montanhas verdejantes do México como se não houvesse amanhã e você se incumbe de resgatá-lo. Até esse ponto da trama está tudo bem, caros senhores e senhoras. Mas, após ele te ameaçar com uma arma, tentar te esfaquear – sendo você o próprio pai – qual a decisão sensata que você toma? Óbvio, se isolar do grupo com ele se tornando mais vulnerável e apto pra morrer, considerando que vocês estão sem mantimentos e ambos machucados. Aquele glorioso ditado: se seu filho é rebelde, tira o Playstation. Quando Carl era um moleque irresponsável, como Rick agiu? Tirou-lhe as armas e esteve sempre na sua sombra.

Strand é uma espécie de Daryl Dixon em Fear. O personagem escroto, arrogante e cheio de filosofias próprias, que ao longo do tempo e dos acontecimentos vai se abrindo e se afeiçoando aos demais. Antes que os fãs desesperados de Daryl venham com argumentos infundados, obviamente que Daryl tinha motivos bem mais reais para ser quem era, mas Strand parece estar saindo dum lado vilanesco e partindo para se tornar um personagem totalmente amado pelo público. Desde que nós descobrimos seu engajo com Tom Abigail, sua história passada e seus motivos, todas as ações de Victor começaram a se encaminhar para um sentido real. Nesse último episódio houve uma comoção sobre a ideia de o vermos ir embora.

Nick é o típico personagem que você começa a entender e de repente já não entende mais. O menino está surtado. Eu não sei dizer se o arco dos Sussurradores (dos quadrinhos) está sendo trazido para Fear ou se é apenas um enredo próprio para o jovem Clark, mas essa ideia de Nick querer viver no meio dos mortos gerou um leve desconforto. A imparcialidade de Madison em ver o filho pirando – de novo acho que era hora de tirar o Playstation -, os diálogos incoerentes e a facilidade como tudo se resumiu num “Ah! Você quer ficar aí com os infectados/mortos/seja lá como você os chama? Beleza. Beijo filho fica com Deus! A mãe te ama!”. Nada pareceu muito orgânico no enredo de Nick. Obviamente precisaremos continuar a acompanhar a história para sentenciar se há porquês específicos das decisões tomadas a cerca de Nick.

Celia, como eu amei essa louca. Suas crenças, seus devaneios, sua atrocidade, tudo perfeitamente encaixado para constituir um dos melhores personagens de apoio até então. Ela é uma singela homenagem a Hershel da segunda temporada, que cria que a medicina curaria os seus parentes zumbificados, diferente dessa que acreditava numa determinação divina para que um novo e esperançoso começo para a humanidade se desencadeasse. Seu possível fim (sim, ainda não sabemos se ela realmente morreu) ocasionado por Maddy foi estupendo, e seu olhar de quem aceita e sente-se liberta e confortável com o destino deu total coerência a personagem.

Enfim, a mid-season desenvolveu dúvidas. Daniel está morto? Se não estiver, voltará a ter uma mente saudável? Nick viverá entre seus novos amigos ou verá o quão doentio se tornou e irá à busca de sua família? Os Manawa/Clark se desunirão para sempre, renunciarão o amor em favor dos filhos ou encontrarão um ponto de equilíbrio entre os desentendimentos inerentes a família? Agora, aparentemente órfã, Ofelia terá uma desenvoltura maior e será mais pronta para o novo mundo, ou se entregará ao destino dos pais? Strand se entregará ao novo modelo de família, se entregará aos sentimentos e desenvolverá laços reais com o restante do grupo, ou continuará tentando afastá-los de si? Alicia deixará de ser a cota de beleza da série e tomará um espaço de importância dentro do grupo? Chris vai deixar de ser besta?

Discuta conosco nos comentários sobre suas perspectivas para o futuro de cada personagem. Discorra sobre o que você observou nesse episódio, concordando ou discordando do autor da review. A segunda temporada de Fear the Walking Dead retornará em agosto com os oito episódios finais.

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