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Review Fear the Walking Dead S04E07 – The Wrong Side of Where You Are Now: A queda de grandes teorias

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do sétimo episódio, S04E07 – “The Wrong Side of Where You Are Now”, da quarta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Após duas semanas completas sem termos Fear exposta na televisão, a série retorna com um episódio divisor de águas e que derruba muitas teorias desenvolvidas pela própria série até aqui. O episódio de número sete da atual temporada foi revelador e começou a colidir linhas temporais antes tão distintas.

Com uma continuidade ininterrupta à cena em que Alicia dispara contra John – incidentalmente – e começa uma guerra contra os Abutres, vemos o desenrolar da história. Aliás, temos uma magnífica película de abertura com John relembrando momentos vividos com Laura/Naomi.

Após a introdução, temos um momento apenas dedicado ao que grande parte da audiência realmente gosta: troca de tiros. Nesse quesito, Alycia Debnam-Carey (Alicia) ganha pontos, já que possui vasta experiência com luta corpo a corpo e guerra – a atriz interpretava uma commander (espécie de rainha guerreira) na série “The 100”. Após idas e vindas de Alicia ameaçando Naomi, os Abutres recuam e fogem do local, com exceção do carro em que Mel está que acaba sendo atingido por Alicia no tanque e explodindo. Em teoria, a cena é maravilhosa, mas se transportada para uma realidade próxima, não faz sentido algum. Temos Alicia, Strand e Luciana de um lado contra inúmeros Abutres armados, sem que nenhum dos três combatentes corra o mínimo risco de ser atingido ou emboscado.

Outro destaque nesse quesito foi Althea, que mais uma vez levantou incógnita ao continuar tranquilamente filmando o que acontecia. Há algo por trás da personagem que é muito maior do que podemos esperar. Alguma motivação mais grandiosa do que simplesmente registrar o novo mundo em vídeo está ligada a ela e provavelmente mais a frente descobriremos quem de fato é a personagem – cheiro de episódio solo para explicar origens.

Althea, Naomi, Morgan, Charlie – Lúcifer em forma de criança – e o moribundo John seguem em direção ao caído Diamond, visto que a amada de Dorie diz haver uma enfermaria totalmente preparada por ela no interior do estádio.

No passado, agora não tão distante, descobrimos que Madison estava tendo sucesso em sua empreitada até que recebeu Charlie novamente no interior do estádio. A garota pedia ajuda, visto que Mel e Ennis haviam brigado e o líder dos Abutres acabou ficando desacordado e abandonado pelo irmão. A matriarca Clark decide por atender ao pedido da garotinha e leva Mel para o interior do Diamond.

Nessa sequência, vemos uma conversa entre ele e Naomi, que acaba sendo questionada quanto ao seu modo de agir e de sempre fugir dos locais que estão sendo reestruturados. Naomi faz o que é mais coerente na questão, procurar Madison e demonstrar sua falta de confiança no trabalho desenvolvido no estádio.

Quando Madison percebe que Mel é uma pequena célula cancerígena que ira infectar todos contra ela, o arrasta para fora do estádio, mesmo sendo contrariada pelos filhos. Mel implora por Charlie, mas não é atendido pela líder do Diamond e é despachado dali.

Após serem convencidos pelo demônio infantil – perdão pelo apelido, mas é inevitável – Alicia e Nick saem do estádio (encobertos por Strand) para trazer Mel de volta para o local. A decisão deles acaba por os fazerem descobrir que o Diamond será cercado por caminhões dos Abutres.

Com Madison avisada da investida dos inimigos, temos uma sequência frenética de cenas que nos levam a pensar e ponderar diversos desfechos para a trama narrada até aqui. Os Abutres liberam 911 infectados em direção as portas principais do Diamond. Madison vendo os filhos do lado de fora encurralados, acaba por colocar em risco sua própria existência e se deslocar para o lado exterior do estádio.

Voltando para o presente, vemos o carro de Althea chegar ao local que servira de casa para o nosso grupo de sobreviventes centrais. O episódio finda com o carro invadindo o interior do Diamond e mostrando à audiência que a imediação foi totalmente comprometida e está repleta de infectados.

Bem, o episódio contou uma narrativa genuína, mas não tão satisfatória no que tange as possibilidades que nos foram dadas até aqui. Vejo que os roteiristas criaram expectativas altas demais no entorno de alguns personagens e que mais uma vez pareceu ser o que já é rotineiro em The Walking Dead: subestimação de audiência.

Para Naomi, o enredo nos fez crer que ela era uma pessoa de má índole, talvez integrante dos Abutres desde o inicio, ou uma mentirosa nata que apenas quis cooperar com a queda do Diamond. Fizeram-nos crer piamente que havia alguma ligação entre ela e Charlie, ou que tudo aquilo poderia ser parte de um plano maior de Madison. Contudo, fomos decepcionados: Naomi é apenas a mulher que realmente foi expressa, que tentou sobreviver junto com Madison e quando tudo ruiu almejou a possibilidade de se juntar com outro grupo. Grande expectativa para no final a personagem ser mais do mesmo.

Claro que ainda há o que teorizar, como se o ingresso de Mel e Charlie no Diamond não fora parte do plano para eles terem internos que os auxiliassem a destruir o local por dentro enquanto os walkers cercavam o local – até porque de alguma forma a explosão que houve no interior do estádio precisa ser explicada. Mas após a queda das grandes predisposições de enredo que giravam entorno de Naomi, tudo parece mais óbvio do que é e podemos ter um final com a maior decepção de enredo: Madison morta porque quis salvar os filhos; Charlie apenas sendo a criança que achou que defender os Abutres era o correto porque eles lhe deram alimento e proteção e Nick tendo morrido por querer vingar a morte da mãe que se deu por ele em situação de risco.

Não que não seja uma história aceitável. É um enredo bem costurado, com inicio, meio e fim e dentro do esperado. Contudo, volto a dizer: as expectativas geradas ou aquilo que se deu a entender sobre vários personagens serem aniquilados por uma história tão simples é demasiadamente frustrante. Ver Madison parecer ser mordida ou sermos levados a pensar que ela se voltou contra o próprio grupo para no fim ela apenas morrer porque foi tentar salvar a vida dos filhos que estavam em risco é tão pequeno perto das outras possibilidades. Termos uma Naomi tão óbvia quando comparada aquela que eles nos levaram acreditar ser que era mãe de Charlie e mentora dos inimigos ou parte de um plano maior da matriarca Clark é totalmente pobre. Presenciar a garotinha que tinha grandes chances de ser o grande vilão da história ser rebaixada apenas a criança que seguiu aqueles que lhe ofereceram abrigo é tão decepcionante.

Ademais, o episódio explicou o significado das bandeiras deixadas pelos abutres. Os números significam a quantidade de mortos que foram utilizados para destruir o local em que a bandeira foi apregoada. A bandeira do Diamond? Novecentos e onze. Ou seja, o número é uma espécie dos Abutres demonstrarem o orgulho do árduo trabalho de juntar a quantidade de walkers necessária para destruir os locais.

Por fim, há algo muito estranho narrado por Naomi no final do episódio. Quando questionada por Morgan se os Abutres não haviam roubado tudo o que estava na enfermaria, ela diz que eles – na confusão que foi gerada – acabaram pegando apenas o que estava do lado de fora do estádio. Mas o que estava do lado de fora? Não havia nada material estocado no exterior do Diamond. O que estava ao alcance da mão dos Abutres eram Alicia, Nick, Mel, Madison, Strand e Luciana. Curioso ver que com exceção de Madison, os demais são justamente os personagens que sabemos que sobreviveram à queda do local. Foi uma nova sugestão de que Madison fora sequestrada pelos inimigos? Mas onde ela estava na cena do combate entre eles e Alicia no começo do episódio? Porque em nenhum momento a jovem Clark citou para os demais que estava indo atrás dos Abutres para resgatar a mãe?

Aliás, o que fez Mel e Ennis discutirem? O fato de Mel ter desistido do Diamond? Se ele desistiu sabendo que a destruição era o modus operandi do seu grupo, o que o fez abrir mão do lugar? Há algo de incoerente nessa divisão entre os irmãos. O que Mel viu em Madison que o fez desistir do que é comum para o seu grupo?

Respostas que talvez sejam dadas no próximo episódio que é o derradeiro da metade de temporada. Espero inteiramente que não prorroguem as questões levantadas até aqui na espécie de cliffhanger para descobrirmos apenas no retorno da série em setembro o que realmente ocorreu com Madison.

E você? O que achou dos desfechos de dúvidas levantadas por todos os episódios que essa semana tivemos? Foi coerente para você? O que você espera para o desfecho final da história de Madison contra os Abutres? Deixe seu comentário abaixo que teremos o grande prazer de respondê-lo.

Fear the Walking Dead vai ao ar LEGENDADO aos domingos, às 22h30, e DUBLADO as segundas, às 23h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.

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