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Review Fear the Walking Dead S05E06 – The Little Prince: Do avião ao balão

The Little Prince foi o sexto episódio da quinta temporada de Fear the Walking Dead. Venha conferir a nossa crítica ao episódio e comente conosco.

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do sexto episódio, S05E06 – “The Little Prince”, da quinta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Após uma melhora considerável na quinta semana a temporada de número cinco de Fear the Walking Dead retrocedeu um pouco em questão de avanço, mas reservou alguns bons momentos para a audiência.

Centrado praticamente em sua totalidade na reforma de um avião, The Little Prince começou com um discurso de Morgan para as crianças, tentando motiva-las a estarem com eles. O discurso foi importante para que finalmente a trama explicasse os motivos da necessidade de um avião para que os personagens se locomovessem. A grande pergunta que fica é: eles precisavam ter enrolado a audiência por seis episódios para dizer que os sobreviventes precisavam do avião pois as estradas e pontes estavam interrompidas? Até então víamos o grupo buscar desesperadamente por uma aeronave sem termos razões para tanto.

Muito embora tenha explicado o motivo, me pareceu frágil pensar que os personagens ficaram no local por não terem um avião. Morgan já atravessou os Estados Unidos caminhando assim como alguns outros já caminharam do México ao estado norte americano e não vejo por qual motivo eles não poderiam repetir o feito se precisavam tanto retornar para casa. Fora que a distância nem era tanta assim, pois ficou evidente na cena do balão que a única coisa que os separava era uma montanha.

Mas, além de apresentar razões para um avião, o discurso de Morgan teve uma péssima montagem técnica, retratando filmes de heróis dos anos oitenta, onde dois grupos se encaram, enquanto uma voz narra os grandes feitos heroicos daquele grupo. Fora que, a narrativa motivacional de Morgan para as crianças não adiantou de nada, já que mesmo assim ao final do episódio elas foram todas embora.

Os Vingadores contra Liga da Justiça?

Toda a trama com Grace desenvolvida com Morgan parece que finalmente fixou os eixos centrais dessa primeira metade de temporada, delimitando os riscos que a radiação traz para um apocalipse. Contudo, não fica bem claro o comprometimento dela com a restauração da usina, uma vez que não há muito o que se fazer para conter a contaminação.

A conversa entre Alicia Annie foi um dos pontos altos do episódio, uma vez que a garota fez a jovem Clark se ver em um espelho de responsabilidades e deveres com aqueles que perdeu. Por mais confusa que soou a história narrada pela criança, a morte dos adultos do acampamento se ligou de forma quase que orgânica com o enredo da radiação.

Dwight John continuam a busca por Sherry que depois de fazer o marido atravessar os Estados Unidos e tê-lo feito de bobo atrás de pistas de seu paradeiro, resolveu que não queria mais vê-lo novamente. O grau de irritação que esse momento desenvolveu em mim foi imensurável. Além de não fazer qualquer nível de sentido o fato de Sherry não aguardá-lo em um ponto fixo e ficar jogando-o aos quatro ventos atrás dela, a desistência do reencontro depois de tanto desgaste emocional e físico é inconcebível. E com certeza a pior parte da carta deixada por ela é quando ela pede para que ele fique bem sem ela. Se o homem deixou tudo o que tinha para trás para encontra-la, obviamente isso significa que agora ela é o tudo que ele tem. Ou seja, ela lhe tirando isso, o faz não ter motivos para continuar tentando. Qual a lógica de Sherry?

O episódio finaliza com Strand Charlie chegando de balão (em formato de cerveja) para resgatar os amigos, no entanto, sofrem um acidente e acabam cercados pelos walkers radioativos.

A confusa métrica da trama da usina começa a se desenrolar de forma mais orgânica.

Embora bastante esclarecedor em muitos pontos, The Little Prince trouxe diversos momentos do absurdo. Althea mais uma vez se mostra a sabe tudo, tendo mais profissões oficiais do que a Barbie teve ao longo de sua existência. O rol de conhecimentos da jornalista vai de pilotagem de aviões até a mecânica, retornando para alpinismo e funcionamento de ondas de rádio. O que ela não sabe fazer? Por mais que ela seja uma personagem forte e interessante (tornando-se uma das minhas favoritas desde o quarto ano) precisa urgentemente demonstrar mais vulnerabilidade, antes que a audiência a eleve a um tipo de Chuck Norris do pós-apocalíptico.

É bonito que Jimm esteja sendo tão útil até essa altura da história (mais útil e recorrente do que a própria Madison), mas a cena do balão que parecia ser criada para trazer um ar de esperança, alavancou-se rapidamente para uma espécie de comédia dramática. Não sei dizer se foram os efeitos mal feitos, as questionáveis atuações, o fato de que ficou visível que não era mais que 20 km que separavam os personagens uns dos outros e que a desculpa dada para o avião no começo do episódio ficou difícil de engolir ou se foi o conjunto da obra, mas eu esbocei uma risada prolongada ao acompanhar a cena.

É louvável que Fear se interesse em trazer momentos estranhos ao que é comum no mundo apocalíptico zumbi. Só nessa temporada já tivemos aviões, alpinismo, radiação e agora um balão voador (em formato de cerveja) que levam a trama para momentos surpreendentes para a audiência. O único porém é que eles precisam cuidar para não sobrepesar todos os episódios com tais acontecimentos, para que não se torne absurdo crer no que estamos acompanhado. O que sempre disse é que tanto The Walking Dead como Fear tinham grande prestígio social justamente por manterem os pés no chão, fazendo com que a audiência mesmo dentro da ficção zumbi se encontrasse como ser humano, vendo cenas possíveis de acontecer em uma realidade. Então, se Fear continuar insistentemente a abusar da criatividade do não crível, tirará do público a identificação com os personagens e gerará um risco de desinteresse.

Charlie parece mais inteligente que os adultos.

Enfim, embora a gama enorme de críticas, Fear ao menos está dando a volta por cima e conseguindo se organizar com os vários nichos de enredo que criou. A trama ainda não se mostra potencialmente atrativa, mas ao mesmo tempo parece querer construir algo para a segunda parte da temporada que contrastará perfeitamente com o clima de calmaria dos oito primeiros episódios. Espero ter paciência o suficiente para aguentar Morgan até o fim – respiro fundo quando me lembro da cena em que ele corre na frente de Alicia para matar o zumbi, mais uma vez a inutilizando.

E você? O que achou do episódio The Little Prince? Tem uma opinião diferente? Concorda? Comente abaixo e vote na nossa enquete.

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